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E acordei sem Yasmin ao meu lado. Ela estava na janela, falando ao telefone. Logo desligou e sentou na cadeira giratória.

- Hey. – falei, ainda sonolenta.

- Você acordou. Minha mãe já estava preocupada, te chamando pra almoçar.

- Quem era no telefone?

- A Gabi, a gente vai sair amanhã pra comemorar meu aniversário. Só que você, infelizmente, não vai poder ir.

- De boa, não estava com ânimo pra ficar deslocada, ia te dizer isso logo, mas por que eu não posso?

- É a formatura do 3º ano, daí vai ter uma festa, só alunos e ex-alunos, e querem minha presença lá. Vai ser legal.

- Sem problema, só o de sempre: toma cuidado com esses garotos e garotas atiradinhos e bêbados e com qualquer droga também. – ela assentiu e se sentou na cama ao meu lado.

- Amo esse seu cuidado comigo. – acariciou meu rosto com as costas da mão. Ameacei morder a mão dela, ela tirou rindo.

- Lógico, você é minha, e eu quero que continue sendo. – sentei e prendi o cabelo num coque frouxo.

- Own. – tem coisa mais broxante do que isso?

- Beleza, tô com fome. – levantei.

- Peraí, vem cá. – ela puxou meu braço, parei. – Seu pescoço tá hiper roxo.

- O pior é que eu sei disso, e a culpa não é minha se você é uma safada.

- Sim, quem é que estava louca pra dar pra mim no avião? Não podia esperar?

- Não, não podia. E quem deu a ideia foi você, nem vira o jogo. Você que estava louca pra me comer no avião. Confessou, já era. – ela mordeu o canto da boca e me olhou. Já sabia que ela desviaria do assunto.

- O que você vai fazer amanhã quando eu sair?

- Te seguir. – ela não riu. – Brincadeira, vou no Luís, ficar lá, conversar, fazer qualquer coisa. Se ele for sair eu não quero nem saber, vai ficar em casa comigo.

- Tá bom.

- Não vai descer comigo?

- Claro. – ela levantou.

[...]

Logo chegou a noite.

Pois é, a Yasmin estava certa ao dizer que não dormiríamos juntas. Talvez eu esteja agradecendo porque meu fogo tá um pouquinho demais, eu acho que não estou pronta pra mais um teste de autocontrole. Além disso, eu estou em dívida com a Yasmin pelo momento no banheiro do avião e com certeza iria querer pagar o quanto antes. Fui compreensiva com a atitude da minha sogra de me colocar pra dormir num quarto de hóspedes.

Tinha ligado pros meus pais e eles conversaram com a minha sogra quase uma hora inteira. Nem quero imaginar os assuntos em pauta pra não ficar pensando merda.

Nesse momento eu estava à vontade em uma das minhas camisas de dormir e minhas boxers brancas. E mais à vontade ainda deitada com a cabeça no colo da Yasmin. Estávamos na sala e um programa qualquer passava na televisão.

A mãe dela estava no outro sofá e nós três conversávamos normalmente sobre qualquer coisa.

Sim, estávamos agindo como namoradas na frente dela. Eu não sou inibida, somos assim em qualquer lugar, por que não em casa?

E sim, eu meio que já me sentia de casa.

- Tô me sentindo suada, quero tomar um banho agora. Me deixa levantar amor. – levantei a contragosto do colo dela e fiz bico. – Não faz bico, eu desço logo, você nem vai sentir o tempo passar. – ela me deu um selinho e subiu trepidando lindamente a bunda, o que me fez sussurrar "gostosa". Quando percebi, gelei e olhei pro lado, a minha sogra não tinha percebido. Ainda bem.

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