Rapidinha.

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Dormi naquela posição e acordei mais ou menos uma hora depois.

Luís tinha subido o encosto do braço antes, o que fez com que ele acidentalmente caísse no meu colo enquanto dormia. Ele agora estava meio jogado sobre as minhas pernas e babava um pouco na minha coxa direita, eu estava de calça, mas era jeans então eu sentia a pocinha da sua saliva na minha perna. Eca.

Yasmin dormia feito um bebê (sem babar) no meu ombro ainda. Linda.

Pedi um fone de ouvido à aeromoça quando ela passou. Iria assistir ao programa qualquer que passava na pequena telinha acima da minha cabeça. Tinham entradas de fone no braço da poltrona, conectei e ali fiquei vendo uma reportagem sobre o Ceará, que logo deu lugar a uma sobre tecnologia. Chaaaato...

Pelo menos distraiu minha mente, e me fez dormir novamente.

Algo parecido com uma unha cutuca meu rosto, mas eu não quero acordar, tô tão confortável assim. Ok, lábios quentes, no meu queixo, agora no meu pescoço. Ri, arrepiada.

- Para com isso, me deixa dormir. – falei com a voz rouca de sono.

- Acorda amor. – ouvi Yasmin falar.

- Pra que? – abri os olhos, seus castanhos me fitavam. – O que tem pra fazer num avião a não ser ficar sentada aqui?

- Quer comer algo? – mudou de assunto.

- Comer você. – ela ficou vermelha, mas riu. – Por incrível que pareça eu não tô com fome.

- É, eu já comi.

- E me acordou pra que mesmo? – ela deu de ombros. – Repetindo a pergunta, o que tem pra fazer aqui?

- Transar no banheiro. – arregalei os olhos e senti o meio das minhas pernas me dar um alerta, somado à vontade de fazer xixi.

Essas coisas não se falam a toa, só acho.

- Tá dando uma hipótese ou me convidando?

- Poderia até estar te convidando, porém você não pode sair, o Luís tá hibernando nas suas pernas. – ele continuava dormindo na mesma posição. Pelo menos não estava roncando, mas ele é pesado.

- Tem um pano aí? Essa baba dele tá me dando agonia. – ela me deu uma camiseta do próprio Luís, que só Jesus sabe por que estava na bolsa dela. Levantei com cuidado a cabeça dele, coloquei a camisa dobrada sobre a minha coxa, depois larguei sua cabeça devagar. Nem sinal de acordar. – Bem melhor. Falta quanto tempo, mais ou menos?

- Acho que mais de uma hora, ainda.

- Mal sinto minhas pernas e necessito de um banheiro. Mas o sono é mais forte, não me acorde. – me acomodei melhor e fechei os olhos, não demorando de cochilar.

- Poxa, Branquinha, eu quero conversar. – ela fez manha, me cutucando novamente. Abri só um olho.

- Eu quero dormir. – ela bufou e revirou os olhos.

- Dorme, que saco. – ela me deu um tapa no ombro.

- Tá, quer conversar sobre o que?

- Qualquer coisa legal, fala aí.

- Tá... Você sabia que no Reino Unido e nos Estados Unidos só se chupa Halls como pastilha pra tosse?

- Mesmo? – assenti – Que interessante.

- Não é? E pensar que a gente aqui usa Halls pra tanta coisa...

- Senti a malícia.

- Involuntária. Agora é sua vez de falar algo.

SmileOnde histórias criam vida. Descubra agora