Acordei, como de costume, com aquela preguiça habitual de segunda-feira, mas como eu moro sozinha, ninguém me enche de manhã e isso é muito bom.
Voltando à minha rotina escolar, bom, eu obviamente levantei atrasada como sempre, fazendo o caminho da cama até o banheiro em meu quarto sem abrir os olhos direito. Fiz a higiene, olhei minha cara de sono no espelho e depois tomei banho.
Peguei a primeira calça jeans na minha frente no closet, e uma blusa branca. Resolvi pegar a jaqueta de couro preta, o clima tava um pouco frio. A preguiça de arrumar o cabelo me fez por um boné de aba reta roxo e preto virado pra trás no cabelo solto, calçar um vans branco e descer.
Comi uma maçã, tomei um suco e fui pra garagem, pensando se ia de carro ou de moto. Fui de carro mesmo. Umas dez quadras me separam da escola. Cheguei em quinze minutos, mas não impediu que eu perdesse a primeira aula. Ao descer do carro, sinto mãos em minha cintura e um sussurro leve já conhecido no meu ouvido.
- Cada dia mais gostosa, um dia eu não vou resistir. – e essa é a minha melhor amiga, Júlia. Loira, um pouco mais alta que eu, maravilhosa e o que os garotos podem chamar de "muito gostosa", mas ela é lésbica, sempre foi e sempre soube. Outra assumidíssima, a gente é inclusive bem parecida nesse quesito. Temos o costume de ficar às vezes, ela é privilegiada, não só porque é minha amiga, mas porque é muito boa de cama.
Mas a vadia se apaixonou, e a culpada é a nossa outra amiga, Bárbara, a Babi. Que é meio nerd, baixinha, usa óculos, tirada a hétero e deveria estar na aula, já que a Júlia tá matando aula só pra me esperar.
- Você já não resiste, mas isso a gente resolve mais tarde, ok?
- Hmm, tá com saudade?
- Não, é você quem tá.
- Tô nada.
- Então desmarca.
- Mas a gente já marcou. – fez biquinho e eu lembrei de Yasmin, já meio saudosa. E não é a primeira vez que pensei nela hoje, ontem realmente foi bem legal.
- Tá vendo?
- Ok, você venceu! – e levantou os braços como em rendição, e eu ri. Travei o carro e fomos para a entrada.
- Agora é sério, Ju, você precisa ir atrás da Babi. – a gente se sentou no batente perto do portão pra esperar que a primeira aula terminasse.
- Sinceramente, eu tô cansada de não ir pra lugar nenhum com ela.
- Vai por mim, ela só ainda não pensou nisso, tenho certeza que com uma oportunidade, se você der um empurrãozinho, ela vai querer. Ela ainda é virgem, vai gostar de você, você é atenciosa, certeza que vai cuidar direitinho dela. Sabe que é boa, sendo a ativa.
- Você é melhor, Mari.
- Mas eu não quero a Babi, ela é só minha amiga e nada mais.
- Sim, como eu.
- É, mas a gente já ficou, e a gente não se ama pra namorar, então isso não muda nada, não é? Já conversamos sobre isso.
- Não, relaxa, não muda nada. E falando nisso, nosso relacionamento acaba aqui, agora. – ri.
- Não vou mais ter você?
- Não. – e olhou para o nada, eu a encarei meio decepcionada, acabei de perdê-la. – Oi, meu nome é Júlia, e aí, quer ser minha amiga? – disse, com a mesma frase que usou pra virar minha amiga quando a gente tinha uns 6 ou 7 anos. Eu ri de novo.

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Smile
RomansaGarotas são românticas. "É claro que isso não é verdade, eu não sou, e bem longe disso! Não gosto de namorar e não diga que eu nunca tentei, eu tentei e não deu certo. É perda de tempo. Não vale a pena. Se apaixonar dá errado, sempre dá." - Marina E...