Te amar é minha fraqueza.

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Deja vú.

Minha mente imediatamente voltou para mais ou menos um ano atrás, quando...

~Flashback On~

Eu queria fazer uma surpresa pra ela. Sei lá, isso não é do meu tipo, mas ela era muito especial pra mim e era como se estivéssemos entrando em rotina. Não queria isso. Liguei pra ela.

- Oi paixão. – adorava quando ela me chamava assim, talvez por que ninguém nunca se referiu a mim com tamanho carinho. Sorri boba.

- Oi morena. Onde você tá? – ela suspirou alto no telefone. Que estranho.

- Estou no trampo. – perfeito, prepararia a surpresa na sua casa.

- Mas hoje? – disfarcei.

- É, não pude fazer nada.

- Te vejo à noite, então? – ela murmurou um ok e desligou. Sorri, daria certo. Era só pegar o necessário e usar a chave extra que ela esconde debaixo tapete de boas vindas. Eu acho que ela não sabia que eu sabia dessa chave, estava bêbada demais quando me contou por alto. Nunca esqueci. Nem sei por que. Mas agora essa informação está servindo, não é?

Passei pelo porteiro do seu prédio sem problemas, ele já me conhecia, e subi até o andar em que ela morava, o segundo. As luzes acenderam automaticamente quando passei no corredor, sempre achei isso maneiro. De dentro do seu apartamento não vinha nenhum som, levantei o tapete, peguei a chave e abri a porta, sendo delicada e não fazendo barulho. Não sei por que, não tinha ninguém mesmo. Deixei as coisas na mesa da cozinha, e ouvi um gemido. Consideravelmente alto. Por motivos óbvios, reconhecia que era dela, e algo ferveu dentro de mim.

Corri até o quarto e abri a porta, dando de cara com uma cena que eu nunca queria ter visto na minha vida, ela deitada nua em cima de um cara musculoso que não me dei o trabalho de reparar no rosto. Pigarrei alto. Ela olhou para a porta e gritou, surpresa. Aquilo partiu meu coração em dois e, naquele momento, eu soube que ele nunca mais seria o mesmo nem em mil anos.

- Mari, ah, meu Deus, eu...

- Que porra é essa, Paula? – foi a única frase que consegui formar.

- Er, eu posso explicar e...

- Explicar o que? Quer saber, vá se foder, com esse cara aí ou com a puta que pariu, que se foda! Acabou! – ela me puxou pelo braço.

- Olha nos meus olhos e diz que nunca me traiu. Vai. – dá pra levar a sério aquela desgraçada pelada vir me dizer uma porra dessas, vê se eu posso. Ainda olhei seu corpo pela última vez antes de responder.

- Eu nunca te traí! Jamais faria isso, tá maluca? Eu gostava de você, mas você estragou tudo, você e sua cabeça cheia de merda e sua mania de acreditar em qualquer coisa que te falem. Eu tô indo embora, não vai atrás de mim, fazendo o favor. – bati a porta com força.

~Flashback Off~

Essa nostalgia desgraçada me bateu em questão de segundos e fiquei ali parada no meio do pátio gramado completamente vazio. Não poderia acontecer de novo.

O Lucas. E a Yasmin. Próximos demais, ele falava algo pra ela que a distância me impedia de descobrir. Essa também me impedia de ver a expressão da Yasmin, e como ela estava respondendo a qualquer merda que ele estivesse falando. Continuei de longe. Ela o empurrou, consegui ouvir seu riso debochado.

Eu estava decidida a me aproximar, mas ela tinha plenas condições de afastá-lo, e, se você se lembra, eu avisei a ela o que fazer (fugir, mandar uma mensagem ou chamar por mim) se ele tentasse algo. Estava nas mãos dela.

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