Fizemos a alegria de um mendigo.

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Pov Laura

Comecei a pensar em algo urgente pra me tirar daquela situação, mas o tesão era inevitável e até forte demais. Soltei todo o ar, ainda martelando ideias sem noção na cabeça, mas um diabinho no meu ouvido estava atrapalhando meus pensamentos dizendo constantemente pra eu aproveitar porque o que eu estive querendo estava bem à minha frente, eu só precisava pegar.

Não a chave, a Mari.

É verdade, eu a quis na minha cama, ou no meu carro, ou em qualquer lugar do mundo desde que estivesse transando comigo (que depravada!) durante muito tempo. Mas isso já foi. Ela continua sendo aquela Coca-Cola toda, aliás, até mais, só que nós juntas não faz mais sentido, por uma série de fatores, o primeiro deles era a Yasmin, é claro. Ia contra a maioria, se não todos os meus princípios deixar que a Mari fizesse aquilo. Só que aí, meu pé esquerdo deu alguns espasmos involuntários em curtos espaços de tempo. Isso acontece quando eu estou pra gozar. Tentei ignorar olhando pro lado. Minha situação só ficaria mais vergonhosa se eu realmente gozasse ali. Balancei a cabeça pra afastar esse pensamento.

Pois é, eu estava pensando todo esse tempo sem parar de encarar a chave do meu carro e o lugar onde ela se encontrava.

Fiquei encarando a rua vazia pelo vidro e aquilo no meu pé acalmou, me dando um alívio enorme. O banco onde eu estava sentada foi um pouco para trás e eu enrijeci. Mari estava puxando a pequena alavanca do meu banco pra dar mais espaço, me dando novamente a visão dos seus seios ainda parcialmente cobertos. Ela voltou à antiga posição, sentada de lado, me olhando. Continuei olhando a rua, dessa vez à minha frente.

- Ainda quer a chave? – ela perguntou com a voz mais baixa que o normal.

- Quero. – engoli seco. Eu com certeza não diria que quero, apenas esticaria o braço e pegaria a chave com toda a ousadia que me cabe. Talvez fosse o desejo e o álcool ainda presentes no meu corpo, ainda não tinha o controle total dele.

Tinha um mendigo na rua, um pouco à frente. Fiquei olhando ele dormir, todo sujo, mas parecia tranquilo. Se eu pudesse ajudaria todos eles. Mas não vou mentir, isso me ajudou com aquela situação, se é que me entendem. Caralho, pareço um homem com ejaculação precoce, meu Deus.

Não demorou muito pra minha visão ser coberta novamente por um par de seios.

Ela sentou no meu colo, com uma perna de cada lado. Não contive o suspiro alto quando seu centro quente entrou rapidamente em contato com o meu.

Ok, agora eu parecia muito com uma virgem.

Ela se ajeitou no meu colo.

- Pra pegar sua chave você vai ter que fazer o que eu quero.

- Não, eu apenas preciso esticar a mão e pegar. – levantei o braço, ela segurou meu punho.

- Nada disso. Eu mando.

- Eu não quero fazer nada, Mari.

- Então porque tá excitada? – engoli seco de novo, como ela sabe se ela não me tocou? – Sua expressão me diz tudo que eu quero saber e até o que eu não quero também.

- Por que tá fazendo isso Mari?

- Porque eu tô bêbada, e, sei lá, eu tenho um tesão fodido em você, e não importa quanto tempo passe, isso não sai de mim. Você sente o mesmo?

- Não. – que mentirosa, Laura!

- Se não sente em outros momentos, o que eu duvido, tá sentindo agora. Sua cara de "é errado, mas eu quero você" não dá pra disfarçar. – Eu ri, bem que ela falou que a minha expressão denunciava tudo.

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