Apagão.

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A tarde eu passei inteira dormindo jogada naquele sofá confortável da minha sala. Minha namorada? Estava lá em casa também, e fez a mesma coisa, no outro sofá. Acordei e já era quase noite, estava com fome, ela ainda dormia. Eu acordei com uma vontade de deixar de ser uma inútil na cozinha. Me meti a fazer panquecas. Aí sim eu botei pra tocar o Cd da Avril bem baixinho pra não acordá-la, se bem que ela dorme com carinha de anjo, mas feito uma pedra.

É sério, eu sou tão ruim que fui pesquisar na internet a receita de panquecas. Era tudo fácil, basicamente. Deu certo. Será que eu dou carreira? Nossa, viajei agora, a chef de miojo, aprende a fazer panquecas e já quer se achar. Já parei. Mas sem querer me gabar, ficou gostoso. Sinto braços na minha cintura e um beijinho no meu pescoço.

- Hmm amor, tá pilotando fogão agora é?

- Eu resolvi aprender a fazer pelo menos panquecas, pra não passar vergonha nem fome.

- E tá gostoso?

- Prova. – ela cortou um pedaço e comeu do que estava da mesa.

- Isso tá uma delícia Mari, só uma pitada a mais de sal e assar um pouco mais ficaria perfeito. – revirei os olhos.

- Quanta frescura.

- Só tava te zuando, tá muito gostoso. Quero comer com nutella.

- Hmm gordice. – peguei o pote de nutella e botei na mesa. – Também quero.

- Hoje eu posso gordice ok? Eu não fico quieta quando tô com minha mãe, ela não deixa. Nem me deixa comer direito, um saco.

- Você só vai lá semana que vem, e eu nem quero pensar nisso, cinco dias longe de você. Não pode ser só o fim de semana como ia ser? – fiz um biquinho enquanto colocava nutella nas panquecas.

- A gente vai ao interior visitar minha vó também Mari, por isso não dá.

- Poxa. Mas tudo bem, eu vou aproveitar de você bastante hoje. E durante a semana também. - falei com um sorrisinho malicioso. Ela riu.

- Você me usa.

- Você adora, sua mandada.

- Marina, não brinque comigo...

- Ai meu Deus, se revoltou. Verdade dói.

- Olha que eu faço greve de sexo nessa porra. – golpe baixo.

- Parei amor, chega.

Terminamos de comer e ela disse que tomaria um banho. Fiquei sentada no sofá. E me bateu uma vontade de transar. Não a excitação em si, mas a vontade mesmo, como o acender de um fósforo, que pode iniciar um incêndio, mas apaga num sopro. Estava me sentindo assim. Fui tomar um banho no meu quarto pra esquecer isso. Acabei lavando o cabelo e saí do banheiro enxugando-o. Vesti uma boxer azul escura com a tira vermelha e uma camiseta vermelha um pouco curta com os dizeres "Welcome to Paradise", bem sugestiva, não? Deixa isso quieto. Prendi o cabelo num coque que desmancharia com qualquer coisa e voltei pra sala.

Yasmin estava sentada no sofá com as pernas cruzadas tipo índio. Usando uma camisa grande branca minha e a boxer listrada azul e rosa dela. Sorri porque ela aprendeu a usar boxer comigo, agora não larga mais. Ela babou só um pouquinho nas minhas pernas e eu sentei ao seu lado, acariciei seu rosto, ela deitou a cabeça na minha mão, aproveitando do meu toque.

- Amor, vamos ver um filme? – falou, manhosa... Eu resisto?

- Qual?

- Qualquer um.

- Pegou mania de ver filme agarrada a mim hein?

- Só pra lhe queimar, eu nem quero, tô indo pro outro sofá. – ela ameaçou levantar, mas eu segurei seu braço.

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