Era um plano?

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Pov Marina

Acordei e... A noite foi legal ontem né? Ah tá, não me lembro de nada depois do meu décimo copo. Estou agarrada ao corpo de uma mulher que tenho certo medo de olhar quem é. Minha bunda tá doendo. Vou nem falar da cabeça. Que medo, essa dor na bunda.

Que diabos eu fiz ontem? Pelo menos, eu sei que é um dos quartos na casa da Júlia. Quer dizer, se parece muito. Deitada com a cabeça no peito da tal pessoa, que ainda dormia, tentei descobrir quem era olhando apenas da barriga pra baixo.

Vi uma mancha roxa na parte interna da coxa esquerda dela. Ah, bem onde eu deixei um chupão na última vez com a... Yasmin. Não pode ser real.

Não é possível. Olhei pra cima e o que vi me fez dar um pulo da cama imediatamente. Ela também acordou, assustada com meu movimento brusco. Que fez minha cabeça latejar mais forte. Massageei a cabeça.

- Ai, ressaca desgraçada! O que eu fiz pra acordar com você hein? – ah, que delicada eu de ressaca.

- Começamos bem o dia hein? Bom dia, aliás, já deve ser tarde. – ela pegou o celular no criado-mudo, falando daquele jeitinho debochado que eu particularmente não gosto. – Não falei? Duas da tarde. Boa tarde. Enfim, tá se sentindo bem? – suavizou a voz, parecendo preocupada comigo. Ah, qual é.

- Não, ainda pergunta Yasmin? Que porra, minha cabeça tá parecendo um... Sei lá, tá doendo muito.

- Desculpa, pera que eu pego um analgésico pra você.

- Não precisa, eu mesma vou. – levantei e rumei para a porta, ela foi mais rápida e parou na minha frente bloqueando minha passagem. – Será que eu posso passar Yasmin? Você vai me irritar mais?

- Não, volta pra cama e relaxa, eu vou pegar seu remédio.

- Não precisa. – falei entre dentes.

- Eu insisto. – ela cruzou os braços, pra me mostrar que não sairia dali. Pisquei demoradamente.

- Não me faça tomar outras medidas.

- Tipo o que?

- Ah, sai da minha frente, sua anã. – a empurrei e passei pela porta, andando até a cozinha. Eu acordei vaca hoje, nossa. Que vergonha. Ela me seguiu.

- Que madura sua atitude. – ela riu.

- Eu quero saber o que fiz ontem.

- Se eu soubesse te falaria.

- Como eu acordei com você?

- Depois te conto. – bufei de raiva, como ela tava chata! – Mas sobre o que você fez na rua, acho que só a Laura pra te falar. Se ela lembrar.

- A Laura tá aqui? Cadê ela?

- Não sei, dormindo talvez? – ela falava tudo naquele deboche chato, estava me dando nos nervos. Eu ia retrucar, mas Júlia entrou na cozinha. A única ali vestida pra sair na rua, com um short jeans claro e uma blusa azul com uns óculos desenhados. O cabelo num rabo de cavalo.

- DR logo cedo? Na minha cozinha? Por favor, né. – ela pegou um copo e colocou suco.

- Porra de DR, eu só vim tomar um remédio pra essa dor de cabeça e esse projeto de gente tá me enchendo o saco aqui. E não tá cedo. – Yasmin colocou a mão no peito, se fazendo de ofendida.

- Segunda gaveta à direita, em cima do armário de baixo. E não fale assim com ela, a vaca aqui é você. – meu cérebro deu um erro com o "em cima do armário de baixo", mas ainda consegui responde-la e pegar o remédio ao mesmo tempo.

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