Luís e Yasmin, volume um.

1.1K 40 1
                                    


Na semana seguinte, marcamos todos pra passar o fim de semana prolongado (até quarta) na "casa de praia", que é da mãe da Júlia. Nunca entendi muito bem o porquê de ter uma casa à beira-mar numa ilha meio distante e quase desabitada se tem praia aqui, mas creio que seja pela sensação de ter o mar praticamente na porta. Coisa de rico né. E não é bem uma casa, é uma mansão, sem mais.

Três horas e meia de viagem por terra, escolhemos. Quem aí gosta de viajar de carro? Eu não. Mas, com muita gente, melhora. Vai, além da "dona da casa" e da sua mulher, de mim e da Yasmin, a Laura, a Tay (já sem o aparelho, linda), e o Luís (querido primo da Yasmin e amigo da gente, lembram?) com três amigos que eu não conheço, mas logo descobri se chamarem Rafa, Vini e Igor. Não, Luís não é tão folgado quanto parece, e apesar de sumir quase sempre, a Júlia é parceira dele, não tanto quanto eu, mas é. Além do mais, a gente tava precisando de alguém pra comandar o tuts tuts e um dos amigos dele é o dono da Kombi que nos levaria, não quisemos dividir os carros pra poder curtir a viagem todo mundo junto. Estávamos no ponto de encontro, fazendo as apresentações e checagens necessárias nas malas (que eram muitas) antes de ir, só faltava o proprietário do veículo (e o veículo, claro) que chegou cinco minutos atrasado, de boa.

Perguntinha pra vocês: Já viram uma Kombi preta?

A maioria é branca, não é? Pois é, mas o amigo do Luís tem uma Kombi preta, vai entender. Se bem que não é toda preta, a parte de cima é branca, o que me leva a crer que é personalizada. Eu curti a ideia, tinham até bancos de couro. Após a selfie, todos entramos e nos acomodamos. Sentei no fundo, na janela e Vini ao meu lado, completando o banco Laura e Tay. Enquanto começamos a "jornada", deixe-me fazer as descrições/apresentações.

Igor era o mais velho de todos, tinha 20, dono da Kombi, moreno, usava uma barbicha meio rala e me lembrava um pouco o Ed Sheeran. Vini (Vinícius, dãã) que tinha 19, era um menino bem branquelo, alto, com os braços cobertos por belas tatuagens e alargadores não muito grandes nas orelhas, um cabelo cortado bem baixinho que o deixava com um ar bad boy, mesmo não sendo nada disso, conversei um tempo com ele. O Rafa (Rafael, dãã2), tinha 17, uma carinha de anjo e era loirinho, fofo ele, Luís tá pegando. É, Rafa é gay. E por último o Luís, com toda a beleza de seus cabelos lisos de tom castanho claro, semelhantes aos da Yasmin, num topete desarrumado como sempre, olhos castanhos e vivos, iguais aos da prima e seu corpo sarado. Luís sempre foi bem gato. Não, ele não é gay. A gente falava que ele era g0y, porque nunca assumia nada mesmo pegando garotos às vezes e detestava que a gente falasse nesse assunto. Mas, recentemente ele se assumiu bi, e pelo jeito a coisa está a ficar séria com o Rafa. E ele e a Yasmin se parecem bastante, poderiam até serem irmãos. Mas, a julgar pela relação que eles têm, ele é um irmão mais velho pra ela. Dos bem implicantes mesmo.

Eu ainda batia um papo legal com Vini, Laura e Tay, mas torcia, ao mesmo tempo, que Luís tivesse explicado aos garotos que eu namorava Yasmin. E que não tinha nenhuma solteira ali. Yasmin foi no banco em frente ao meu, abraçada com Luís e eles conversavam alguma coisa. Babi e Ju estavam meio que brigando, uma alfinetando a outra, não entra na minha cabeça o porquê delas namorarem se não se entendem a maioria do tempo, mas pelo menos fazem de tudo pra não estragar o clima da galera, gosto disso nelas.

Vinte minutos de viagem e todo mundo calado, a Tay sacou do porta-malas (dava pra pegar as coisas se você se debruçasse um pouco) um violão e tirou sua capa. Era preto e marcado dos lados por uma canetinha prateada, daquelas permanentes, me perguntei por quê. Ela posicionou-o no colo.

- Vamos animar isso aqui agora. – ela disse.

- Sabe tocar Tay? – Vini perguntou.

- Até que não, mas gosto e tive que aprender depois de ter ganhado esse de presente.

SmileOnde histórias criam vida. Descubra agora