Oi?

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- E aí Mari, pra que balada a gente vai? – Laura falou, me despertando de alguns devaneios.

- Eu convidei você, te deixo escolher. Só não pode aquela boate onde foi o meu aniversário, sim? – ela mordeu o lábio, pensando. O carro estava ligado, mas não tínhamos saído ainda.

- Nossa, aquela é uma das melhores e maiores da cidade, você complicou pra mim. – dei de ombros, não queria voltar lá, tinham lembranças demais pra um lugar só. – Hm, bora numa GLS?

- Já foi numa GLS?

- Já, umas vezes. É maneiro, fiz amizade com um monte de biba, eu gosto deles pra caramba. E você não corre atrás das meninas, não precisa cantar, e só pegar, não precisa nem falar nada, é foda.

- Eu nunca fui. – é, a Laura é mais baladeira que eu.

- Pois vai agora. Numa do amigo do meu pai, só tem gata lá. Até os viados são lindos, dá até uma decepção de ficar olhando. – ela começou o caminho, eu ri.

- Me poupe Laura, da gente os caras devem pensar a mesma coisa, acha não?

- Não acho, eu sei que pensam. – ri. – Mas mulheres são melhores, eles mesmos sabem. – concordei.

- Peraí, um amigo do seu pai tem uma boate GLS?

- É, um cara ricaço aí. Não sei se ele é gay, mas que gosta, gosta né? – gargalhei.

Ficamos conversando e rindo muito por todo o caminho até a boate. Sair com a Laura estava me saindo bastante divertido, e olha que ainda não entrou um pingo de álcool na parada.

A Laura tinha entrada VIP, entrei de quebra na dela. Já do lado de dentro, ela saiu cumprimentando um montão de gays e de homens com pose de macho e de voz grossa que diziam "aloka". Estava bem cheio. Tinham mulheres se pegando em cada cantinho que você olhasse. Quero nem ver a suruba que deve estar no banheiro.

A gente sentou em uns bancos altos em frente ao balcão de bebidas e o barman deu boa noite. Não sei dizer se ele é gay também. Acho que não.

- Me dá o mais forte. – falei. Laura disse que queria a mesma coisa. O homem logo voltou com dois copos de uma bebida que tinha uma cor meio amarelada e um cheiro doce misturado com álcool puro. Virei metade daquilo e ardeu tudo, me esquentando toda, da cabeça aos pés.

- Quente. – Laura falou.

- Pra caralho. –Laura assentiu e continuou tomando. Quando o meu acabou eu decidi que não tomaria mais aquilo e pedi uma caipirinha. A mistura daquilo com a caipirinha dentro de mim foi legal, fiquei acesa, deu até vontade de dançar. Mas agora não.

Laura tomou mais algumas daquela que esquenta, depois foi pra cerveja e ficamos conversando encostadas ao balcão bastante próximas, tanto que as mulheres "interessadas" passavam direto por nós. Eu começava a sentir os efeitos da bebida, e Laura estava me fazendo rir mais que o necessário.

Ela é uma boa amiga. Toda boa amiga. Gata amiga (e aquele piercing no nariz? Meu Deus, é sexy). Gostosa amiga. Peituda amiga, e... Hm, olha o álcool fazendo efeito... Mas... Que boca gostosa. E aquele batom vermelho sangue? Dava vontade de beijá-la com violência só pra borra-lo. Consegui imaginar aquela boca com aquele batom deixando marquinhas por todo o meu corpo quando pisquei os olhos mais demoradamente. Ah, mente stripper, obrigada mesmo.

Olhei pra minha terceira (ou quarta, ou quinta, sei lá) caipirinha, na metade.

É melhor parar de beber pra não dar merda, né?

Não.

O braço de Laura estava me abraçando pelos ombros, cheguei mais perto dela, juntando nossos corpos e pousei uma mão na sua cintura. Ela puxou meu rosto para mais perto e falou no meu ouvido por conta da música alta que tocava, alguma da Anitta que incendiou as bibas na pista. [N.A: Vou rebolar só porque você não gosta... (8)]

SmileOnde histórias criam vida. Descubra agora