Com a minha namorada ao meu lado e o Luís perturbando eu nem senti o tempo passar na estrada para a casa da vó da Yasmin. E quando cheguei lá, sorri de tão lindo que era. A casa era enorme de longe, e eu conseguia enxergar umas árvores gigantes ao fundo. Na frente tinha um caminho de pedras, e um gramado, e à direita da casa, bem ao longe algo que pensei ser um estábulo. Tudo era tão grande ali.
- É lindo, não é? – ela perguntou.
- Entendi porque você queria morar aqui.
- Quando eu te mostrar tudo você vai gostar mais ainda.
- Prima, hoje a gente vai tocar mais tarde, viu? – Luís interrompeu, ela riu.
- Claro. Luís e Yasmin pras tias no meu aniversário, como sempre.
- Filha, eu consigo ver sua vó na cozinha daqui e tem fumacinha na chaminé. – a mãe dela anunciou do banco da frente. E sim, a casa tinha uma pequena chaminé, olha que sonho.
- Aquele bolo que ela faz é um crime pro meu corpo sarado. – Paulo falou e até Yasmin riu, murmurando "esse barrigudo", que me fez rir mais.
- Vou direto pra lá. – ela desceu do carro. – Vem comigo, Mari. – saí também e ela me puxou pela mão, demos a volta na casa e entramos pela porta dos fundos, que dava na cozinha. – Mas essa comida de vó é o que eu mais sinto falta naquela cidade grande!
- Minha neta preferida! – a senhora em frente ao fogão abriu os braços pra Yasmin e elas se abraçaram tão ternamente que eu sorri com a fofura do momento.
- Eu ouvi isso, hein vó. – Luís invadiu a cozinha.
- Eu disse neta preferida, você é meu neto preferido. – ela o abraçou também.
- Pensei. Que saudades da senhora.
- Eu não sinto falta de você bagunçando tudo por aqui não. – ela riu e foi mais uma vez interrompida por uma voz rouca e carregada de pura sensualidade atrás de mim.
- Ouvi as palavras "neta preferida"? Então ela voltou, pra tirar o meu trono? – olhei pra trás e me senti momentaneamente em frente a um espelho. Daí lembrei que estava com o nariz roxo.
Sério, a mina era uma cópia minha mais velha, só que com olhos cor de mel. Obviamente, seus cabelos eram negros, e sua pele bem branca. Ela usava botas marrons de cano alto sem saltos, uma calça jeans, uma camisa xadrez vermelha com os dois primeiros botões abertos (ou seja, sem decote), um chapéu estilo caubói e sorria presunçosamente, como eu faço. Interessante de observar é que eu usava uma calça jeans meio rasgada, e, coincidentemente, uma camisa xadrez azul e aberta com uma regata branca, que me deixava com um decote mínimo. Eu gostava de me vestir com xadrez porque me sentia ativa, não que eu não seja né.
- Mari! – Yasmin gritou e eu me virei novamente. Ela passou por mim, pulando no colo da outra menina. Até o nome?
- Cara, eu nunca tinha me dado conta de que vocês são praticamente iguais. – Luís comentou apontando a mim e a tal "Mari", na qual Yasmin ainda estava montada.
- Nada a ver Luís, você é cego. – Yasmin falou, descendo do colo da tal menina.
- Eu acho que somos parecidas sim. – falei.
- Eu concordo. – a garota disse com o mesmo sorriso, me encarando de baixo a cima, mordendo o lábio inferior ao chegar ao meu rosto. Olhei a boca dela, seus lábios eram grossos e vermelhos naturalmente. Então é assim que eu faço quando quero seduzir?
Caramba, eu sou muito sexy.
- Yasmin, abra os olhos. Até eu achei que era a Marisa em pé aí e eu tenho meus óculos sempre comigo. – a vó dela disse, ajeitando os óculos. Então a menina se chama Marisa. Por uma letra.
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Smile
RomanceGarotas são românticas. "É claro que isso não é verdade, eu não sou, e bem longe disso! Não gosto de namorar e não diga que eu nunca tentei, eu tentei e não deu certo. É perda de tempo. Não vale a pena. Se apaixonar dá errado, sempre dá." - Marina E...