Amanda, a pilastra?

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Dirigi até em casa, quando entrei na garagem a Yasmin começou a balbuciar palavras ininteligíveis enquanto dormia. O que, depois do susto do caralho que levei, foi algo bem engraçado.

Estacionei, abri a porta do banco de trás pra acordá-la. Dormia tão profundamente e com a carinha mais fofa que eu já vi, deu até pena de mexer. Mas eu tinha que acordá-la.

- Yasmin, acorda... – falei, balançando ela de um lado para o outro devagar.

- Ah mãe, me deixa dormir... – ela se virou no banco, em posição fetal, e fingiu que nunca havia sido chamada. Fala sério que eu vou ter de carregar essa garota.

Peguei-a nos braços e nossa, ela pesa, apesar de magra. Deve ser a bunda né?

Travei o carro e fui em direção ao elevador, que não demorou.

Entrei, apertei o trigésimo com um pouco de dificuldade, morrendo de medo de derrubá-la, o que seria uma tragédia, mas de se esperar. Sou muito desastrada. Ajeitei-a nos meus braços e ela passou os braços no meu pescoço, encostando a cabeça no meu ombro.

Ah, então a madame tá acordada?

Olhei em um dos espelhos, a gente parecia um casal. Até que não seria má ideia, a gente até combina visualmente, ficamos ótimas juntas.

Nossa, que idiota, parece até uma virgem apaixonada. Pena que eu não me apaixono, por mais maravilhosa que seja a moça, não entro mais nessas arapucas.

Chifre nunca mais!

Balancei a cabeça rapidamente e sem querer sacudi Yasmin, que acordou. Olhou pra mim, baixou os olhos e escondeu o rosto na curva do meu pescoço, abraçando mais forte. Arrepiei com sua respiração. Ela percebeu, eu acho.

Levantou a cabeça e encarou meus olhos. Realmente, era uma mulher linda em detalhes, e melhor ainda de perto. Não estranhe a maneira como falo, as mulheres devem ser apreciadas do jeito que são.

Por uns bons segundos ficamos assim, nos olhando até que ela falou:

- Vem cá Amanda, me dá um beijo, eu preciso saber como é beijar meninas. – ela segurou meu rosto e se aproximou.

Eu a afastaria para dizer que não sou Amanda, mas a delicadeza e cuidado do selinho que ela me deu foram uma súplica. Tive que beijar.

Tomei o domínio, ignorando totalmente o fato de saber que ela pensava que beijava a Amanda, quer dizer, a pilastra, quer dizer... nem sei. Só sei que beijei, e o beijo era surreal.

Encaixamos instantaneamente, fazia um tempo que eu não beijava uma boca que encaixasse na minha dessa forma. E eu ia demorar de achar um encaixe desses num primeiro beijo novamente. Ela não deixava que eu a beijasse apenas, nossos movimentos pareciam sincronizados. E eram lentos, pra quem nunca beijou uma menina, eu digo que a Yasmin esperou ansiosamente por isso. A boca dela tinha gosto de tequila com Halls preta.

Finalmente separei nossos lábios, dando graças a Deus por não sentir gosto de vômito. E ela ainda me deu três selinhos.

Poxa, que amor. Senti até um pouco de nojo de mim mesma por pensar que ela vomitou enquanto ela era um amor e queria me beijar mais.

O meu andar chegou e Yasmin não fez a menor menção de descer dos meus braços, eu não reclamei também. Ela me abraçava com o rosto em meu pescoço novamente. Abri a porta.

Coloquei-a no sofá e acreditem, ela já dormia. Ou fingia, não sei, não fui checar.

Liguei as luzes pelo caminho, voltei e carreguei Yasmin até o banheiro e coloquei-a em pé, ignorando seus protestos de não querer descer do calor dos meus braços. Sim, ela disse isso, pra logo depois correr e vomitar de novo.

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