Sinto o carro parar e abro os olhos. Encaro a Diandra, Myrcella e a Jess que também me olha. Não sei há quanto tempo estamos nesse porta-malas, só sei que é a muito. Estou com muita fome, as cordas coçam meus pulsos e tornozelos e meu corpo está doendo muito.
Ouço alguém abrindo e em seguida fechando as portas do carro, passos pisando em cascalho e depois a chave abrindo o porta-malas, revelando nós quatro dentro dele. Ivan nos encara com um sorrisinho no rosto, depois ordena para Tyan, Thereese e Keel que nos tirem de lá. Eles vem e Tyan me puxa primeiro, depois Thereese pega Myrcella e Jess e, por fim, Keel pega Diandra, que ainda está com as pernas ensanguentadas, só que agora o sangue está seco. Seus olhos só encaram o chão.
Olho ao redor e não vejo nada além de um galpão grande e da cor cinza por fora. Somos conduzidas para lá. Só tem mato em volta e uma única estrada de terra que, presumo, tenhamos vindo de lá. Ivan abre as grandes portas do lugar e entramos.
Tyan e Keel nos conduzem para uma escada, subimos e, em um canto, próximo de uma janela com grades, há alguns colchões no chão com lençóis embolados juntos. Eles nos levam até lá e pegam algemas colocando em nossos pulsos substituindo as cordas e nos prendem nas fortes grades da janela. Depois eles descem e vão conversar com o Ivan e o Thereese, mas de onde estamos não da para entender o que dizem.
Os colchões estão com marcas escuras de mofo em toda parte e no meio está mais fundo do que o resto. Os lençóis estão fedendo a poeira e velhice. Mas tudo isso não impede que Diandra se deite, mesmo que suas mãos fiquem suspensas pela algema na janela. Jess está bem do meu lado e Myrcella está mais próxima de Diandra. Jess me observa aflita.
— Diandra? Você está... — Jess segura minha mão e balança a cabeça negativamente.
— Deixa ela descansar — sussurra. — O que vamos fazer agora? — Pergunta baixinho para que só nós escutemos.
— Precisamos sair daqui — responde Myrcella, também sussurrando.
— Nós podemos dar um jeito de escapar quando eles tiverem dormindo — opina Jess.
— E pular pela outra janela, lá do outro lado. É a única que não tem grades — observa Myrcella.
— Ou podemos conversar com eles, convence-los de que não iremos falar nada — exponho minha opinião.
— Ou... — Diandra interrompe Myrcella.
— Ou nada! Vocês são burras ou o quê? Como vamos nos soltar das algemas? Cortando nossas mãos? E como vamos pular uma janela a essa altura? Só se for quebrando nossos tornozelos! E conversar com eles... — me olha com desprezo. — Sinceramente, Mirella. Achei que fosse mais esperta! — Volta a olhar para frente. — Não vamos sair daqui, das mãos deles. Pelo menos não com vida. — Se vira e deita novamente.
— Nós... poderíamos tentar... pelo menos — digo baixo. Depois Myrcella também se deita, assim como a Jess, depois de afastar, como pode, os lençóis. Olho para Jess e ela aponta com a cabeça o colchão no espaço ao seu lado.
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Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.
RomanceLivro I da série Corrompidos. Ela é inocente. Ele é perverso. Ela é tímida. Ele é bruto. Ela é pura. Ele é corrompido. Ela é doce. Ele é frio. Ela virou sua propriedade. Ele seu dono. Ela obedecia. Ele mandava. Ela aprendia. Ele ensinava. Ela era se...