Diversas coisas estão espalhadas sobre o quarto quando acordo. Sem saber onde Estevan está, saio do quarto e quando passo em frente ao meu está tudo revirado, ando mais rápido e desço as escadas encontrando-o sentado sobre o sofá com alguns papéis em uma mão e uma xícara na outra. Quando percebe minha presença me observa atento. Meu olhar confuso denuncia o turbilhão de pensamentos que passa por minha mente nesse momento.
— O que está acontecendo? — Pergunto abraçando meu corpo.
— Venha aqui, anjo. — Estevan deposita os papéis sobre o sofá. Me aproximo e sento ao seu lado, sua mão desocupada logo me puxa para mais próximo. Ele estende a xícara de café que aceito prontamente.
— Então, o que é toda aquela bagunça? — Pergunto após bebericar um gole do café.
— Nós vamos embora — afirma.
— Pra onde? — Pergunto preocupada.
— Isso não importa agora, o que interessa é que não podemos ficar aqui. Temo por sua segurança. — Franzo o cenho.
— Por causa daqueles homens de ontem? — Estevan afirma. — Mas... — Deposito a xícara sobre a mesinha de centro. — Mas você não pode largar tudo assim, de uma hora pra outra.
— Posso e vou. Além do mais, a casa não vai ficar a deus dará. Susie vai ficar de olho por mim. — Assim que o nome dela sai por sua boca, meu estômago embrulha e lembro do dia que fomos ao seu consultório, do que possivelmente Estevan e ela fizeram naquela sala, e depois o beijo de despedida. Naquele mesmo dia Estevan conseguiu me fazer esquecer tudo aquilo, ele tem esse poder sobre mim. Mas agora que tudo voltou... Parece que estou revendo a cena como se fosse um filme. Minha cara não deve ser das melhores, pois Estevan me observa intrigado. — O que foi? — Pergunta. Ele nem deve lembrar.
Me afasto levantando-me e pegando a xícara sem responde-lo.
— Bom — ele coça a cabeça ainda me olhando com sua expressão mais confusa que já vi até hoje —, arrume suas coisas, sairemos antes do anoitecer.
Deixo a xícara na pia observando a cozinha vazia e apenas as coisas que foram usadas para o preparo do café estão sobre a pia. Nada de bolos ou pães sobre a mesa. Volto rapidamente para a sala e Estevan ainda está sentado no sofá, mas agora ele analisa os papéis em suas mãos.
— Onde a Mary está? Não podemos ir embora sem falar com ela — digo o óbvio e ele nem se dá ao trabalho de me olhar enquanto responde calmamente:
— Ela já sabe que vamos. E mesmo que eu quisesse, não teria como nos despedirmos dela. — Levanta o olhar impaciente para mim. — Ela foi embora ontem à noite. — Minha boca se abre em surpresa e fico imóvel por alguns segundos.
— Mas... ela nem disse nada. Nem um tchau, ou até logo... nada — sussurro mais para mim.
— Pois é, fazer o que, não é mesmo? — Da de ombros voltando a atenção para os papéis. — Agora vá logo arrumar suas coisas, quando sairmos não reclame que não dei tempo.
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Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.
RomanceLivro I da série Corrompidos. Ela é inocente. Ele é perverso. Ela é tímida. Ele é bruto. Ela é pura. Ele é corrompido. Ela é doce. Ele é frio. Ela virou sua propriedade. Ele seu dono. Ela obedecia. Ele mandava. Ela aprendia. Ele ensinava. Ela era se...