Livro I da série Corrompidos.
Ela é inocente.
Ele é perverso.
Ela é tímida.
Ele é bruto.
Ela é pura.
Ele é corrompido.
Ela é doce.
Ele é frio.
Ela virou sua propriedade. Ele seu dono. Ela obedecia. Ele mandava. Ela aprendia. Ele ensinava. Ela era se...
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Minha mente trabalha a mil. Não consigo me concentrar em nada só pensando que ele estava com ela naquela sala e depois ele a beijou na minha frente. Meu estômago embrulha só em imaginar eles dois sozinhos naquele lugar, e piora ainda mais quando lembro dos lábios dele saboreando os dela, com tamanha intimidade, com os movimentos sincronizados, como se já tivessem um amplo conhecimento da boca um do outro.
Nem percebo que chegamos em casa até Estevan tocar em meu braço. Me afasto tão bruscamente, como se ele transmitisse alguma doença fatal, que acabo batendo o braço no vidro do carro. Ele me olha espantado e eu mesma estou surpresa comigo. Desvio o olhar rapidamente e tento abrir a porta.
— Mirella... — Abro a porta e permaneço de costas pra ele.
— Sim. — Como ele não fala nada, resolvo virar para observa-lo. Estevan está com as mãos no volante, apertando, e olha para frente, como se ainda estivesse dirigindo.
— Pode ir. Vá logo — responde grosseiro me fazendo fechar a cara e sair pisando duro. Entro na casa e vou direto para meu quarto, não tem ninguém na sala, então suponho que já estão dormindo ou saíram.
Já no meu quarto, vou retirando a roupa para um banho.
Sinto a água quente caindo sobre meus ombros e escorrendo por meu corpo, relaxando meus músculos imediatamente. Uma ducha quente sempre me aliviava quando estou tensa. Fico durante vários minutos de olhos fechados, apenas sentido meus músculos sendo aliviados, me deixando mais leve, e quando abro os olhos novamente dou um pulo para trás com a presença de Estevan em pé, apoiado no batente da porta, me encarando fixamente com um sorriso perverso pairando nos lábios. Ele está com roupas diferentes e o cabelo molhado, o que significa que acabou de sair do banho.
Cubro-me como posso, com os braços e mãos, tentando tapar minha nudez enquanto meu rosto queima intensamente.
Com a voz falha e embolada eu pergunto com temor:
— O que... O que está fazendo aqui? — Minha voz sai mais histérica do que o previsto.
— Estou apenas apreciando uma bela vista. — Seu sorriso aumenta conforme seus olhos percorrem meu corpo. — Não pare, pode continuar seu banho. Não quero atrapalhar. — Mas já atrapalha! Como quer que eu continue se fica me encarando daquela forma?
— Por que está aqui? — Sussurro abrindo o box em busca da toalha que estava pendurada atrás da porta, não saberia como chegar até lá sem que ele me toque. Estevan passa a mão pelo cabelo enquanto acompanha meus passos cautelosos.
— Já terminou? — Pergunta dando espaço para que eu passasse.
— Sim. — Não, eu não terminei, mas vou parar por aqui mesmo.
Empurro a porta e rapidamente pego a toalha, mas antes que consiga me cobrir, seu corpo se projeta atrás do meu e sua mão rodeia minha cintura, pousando-a em minha barriga descoberta. Meu corpo fica tenso instantaneamente enquanto sinto seu corpo colando-se completamente ao meu e sua boca desce com leves beijos da minha orelha até meu pescoço, causando-me arrepios.
