Acordo sentindo uma brisa fria me envolvendo, puxo as cobertas para cima me cobrindo completamente, mas não adianta, o frio continua em meu corpo. Tento abrir os olhos e não consigo, sinto mãos pelo meu corpo e logo sou jogada em um chão áspero e frio e só então consigo abrir os olhos novamente. Observo o chão bruto e os candelabros espalhados em cima de pequenas cômodas pelo quarto apavorante. Estou caída no chão completamente nua, olho para os lados e não vejo ninguém.
Quem me trouxe aqui então?
E como se pudesse ler minha mente, Estevan surge das sombras, com um sorriso macabro no rosto e seus olhos... estão completamente apavorantes. Apenas o mal há neles.
Estremeço e me afasto instintivamente me encostando na parede. Ele sorri de um modo sarcástico, enquanto pega um dos chicotes que há na pequena prateleira e começa a limpá-lo com um lenço que está em sua mão.
— O que há, anjo? — Pergunta calmo enquanto observa se está limpando corretamente. Ele cessa os movimentos e me olha com seus olhos mergulhados no mal. — Está assustada comigo? — Se aproxima lentamente, tento me afastar, mas não tenho pra onde ir. Ele se abaixa na minha frente com o chicote em mãos e o sorriso macabro no rosto. — Estou assustando você, menininha? — Seu tom é completamente embriagado no sarcasmo. — Não é acostumada a me ver assim, certo? — Passa as pontas dos dedos por meu rosto me fazendo estremecer e meus olhos ficam marejados. — Vai chorar agora? Oh! — Faz uma falsa exclamação de arrependido colocando a mão sobre seu peito. — Eu fiz a pobre mocinha chorar! Sou um monstro! — Desdenha e logo depois solta uma gargalhada tão assustadora que me faz fechar os olhos fortemente enquanto sinto seus dedos sobre meu rosto, mas seu toque não é mais suave e delicado como antes, agora é bruto e angustiante. Só quero que ele não me toque mais. Nunca mais. — Olha pra mim quando eu estiver falando! — Sinto o impacto da sua mão no meu rosto em um tapa forte que me faz virar o rosto bruscamente, sentindo o latejar.
Levanto meu olhar assustada e desentendida para ele que continua sorrindo macabro.
O que aconteceu pra ele estar assim?
Não me lembro de nada.
Passo meus dedos pela minha bochecha que foi o alvo de seu tapa e a sinto quente e ardente. Ele passa seus dedos por cima dos meus e sorri mais aberto.
— Que foi anjo? Por que está chorando? — Pergunta preocupado, me fazendo ficar confusa, ele parece sincero.
— Por que... fez isso? — Minha voz sai falha devido ao choro que estou prendendo inutilmente. — Eu te fiz alguma coisa?
Seus dedos percorrem meu rosto, limpando as lágrimas fujonas, enquanto minha bochecha ainda arde. Seu toque agora é suave, mas ainda agoniante.
— O que me fez? — Aproxima seu rosto o deixando a alguns centímetro do meu. — O certo seria o que não fez. — Com isso me puxa violentamente fazendo com que meu corpo seja arranhado pelo chão bruto.
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Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.
Roman d'amourLivro I da série Corrompidos. Ela é inocente. Ele é perverso. Ela é tímida. Ele é bruto. Ela é pura. Ele é corrompido. Ela é doce. Ele é frio. Ela virou sua propriedade. Ele seu dono. Ela obedecia. Ele mandava. Ela aprendia. Ele ensinava. Ela era se...