Livro I da série Corrompidos.
Ela é inocente.
Ele é perverso.
Ela é tímida.
Ele é bruto.
Ela é pura.
Ele é corrompido.
Ela é doce.
Ele é frio.
Ela virou sua propriedade. Ele seu dono. Ela obedecia. Ele mandava. Ela aprendia. Ele ensinava. Ela era se...
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Não consegui dormi direito a noite toda e não vi o tempo passar, até Mellanie bater na porta do meu quarto perguntando se podia entrar.
— Você está sozinha? — Pergunto na porta.
— Sim... Queria ver outra pessoa?
Abro revelando a Mellanie segurando um prato com um lanche e o copo de suco na outra mão.
— Não, só queria saber mesmo — respondo vagamente, espero ela entrar e fecho a porta em seguida.
— Ah — fala desconfiada sentando na cama. — Mary pediu pra trazer isso pra ti. Ela ficou preocupada já que não havia descido até agora. — Sorrio agradecida atacando o lanche, estou morta de fome e nem havia notado.
Mellanie me observa calada, prestando atenção em cada movimento feito por mim.
— Que foi? — Questiono de boca cheia.
— O que houve? — Sua voz sai suave.
— Como assim? — Frederico sobe no colo dela enquanto ela continua me encarando.
— Com você, está diferente, alguma coisa aconteceu. — Pigarreio bebendo o suco para aliviar a garganta.
— Diferente? Como?
— Você está... — cerra os olhos em minha direção tentando achar palavras. — Está faltando alguma coisa. Não sei o que, mas está. — Desvio o olhar franzindo a testa.
— Impressão sua, estou normal. — Termino de comer e ficamos em um silêncio desconfortável por um tempo, até que resolvo quebrar: — Eu, ãhm, vou tomar um banho — comento sem jeito pegando a toalha e entrando rapidamente no banheiro. Meu banho é rápido e quando saio Mellanie não está mais no quarto, apenas a bandeja e o copo estão sobre a cama. Visto um vestido e pego as coisas deixados pela Mellanie, desço cautelosamente as escadas, já ouvindo as risadas sonoras e gostosas do Andrew e da Mary.
Paro na porta da cozinha com eles me encarando e sorrindo.
— Bom dia, Bela adormecida, achei que não levantaria mais — Andrew comenta brincalhão, todo receptivo.
— Bom dia. — Sorrio de canto envergonhada.
— O que foi, estava passando mal? — Mary pergunta preocupada.
— Não, não. Estou bem, só estava cansada mesmo — respondo depressa enquanto deposito a bandeja e o copo na pia e saio da cozinha rapidamente.
Frederico está explorando a casa todo curioso, resolvo deixa-lo a vontade enquanto eu passeio pelo jardim observando as flores coloridas e perfumadas, até me deparar com um rapaz de macacão e uma tesoura em mãos. Inicialmente me assusto com sua presença inesperada e solto um gritinho contido, mas o suficiente para fazer com que ele me encare de olhos arregalados, surpreso com minha presença. Ele é jovem, alto, corpo esbelto, com os ombros largos e os braços cheios de veias destacadas. Seus olhos são escuros assim como seus cabelos, e ele ainda porta uma barba por fazer, o deixando mais sério.
