XLII.✓

11.4K 1K 83
                                    

9 anos atrás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

9 anos atrás...

Só mais uma.

Só mais essa.

Vai ser rápido.

Ficava repetindo isso mentalmente, como um mantra. Mas quando me dava conta já tinha jogado mais de vinte partidas seguidas. Meus colegas também pareciam não notar a hora passando. Eu já até havia desligado meu celular, à, mais ou menos, doze partidas atrás, Ester não parava de telefonar, eu preciso de concentração aqui! Minhas cartas eram boas, mas Theo tinha uma cara muito convencida, sempre que ele ficava daquele jeito, ganhava. Mas não dessa vez, dessa vez é impossível ter melhores cartas que eu. Jogo minhas cartas sobre mesa, expondo. Richard, Douglas, Aaron, Talicia e Phill me olham contrariados, jogando seus jogos de qualquer forma sobre a mesa, expondo suas péssimas cartas. Rio notando as caretas e observo Theo que continua com seu jogo na mão.

— Então? Vai mostrar ou o quê? — Pergunto já impaciente com tamanho suspense. Ele abre um sorriso e vira o jogo sobre a mesa. O que pensei ser impossível, não era. Se existir alguém de mais sorte que esse filho de uma puta do Theo... Não, com certeza não existe! — Desgraçado! — Praguejo enquanto ele gargalha pegando todo dinheiro sobre a mesa. Novas apostas sendo colocadas sobre ela, eu não tinha mais dinheiro na carteira então olhei para o relógio no meu pulso. Um presente de minha sogra antes da mesma falecer. Bom, já que a velha está morta, não vai se importar mesmo. Retiro a joia, provavelmente valendo mais que todo aquele bar, e jogo sobre os dinheiros amassados, iniciando outra partida do jogo.

°

Abro a porta da casa de qualquer jeito, nem lembrava como havia chegado ali. Já estava tudo escuro, o cachorro latiu ao me ver, avançado em meus sapatos.

— Sai daqui. — O empurro com o pé, só para que a peste peluda volte. — Droga, sou eu, cachorro estúpido! O Estevan, seu dono! Thor sai daqui! — O empurro de novo tentando me locomover mas tropeço em meus próprios pés, não enxergando devido a visão extremamente embaçada, indo parar no chão em seguida. Enfim o cachorro para de me atacar e começa a lamber meu rosto. — Sai... — peço com a voz arrastada. — Sai daqui... — O cansaço me invadia. Com esforço consigo levantar, me apoio na parede respirando fundo e tento continuar o caminho.

— Estevan? — Olho para a escada e a Ester é apenas um borrão.

— Ester? Ester, querida? — Sorrio e tento chegar até ela, só para cair no chão outra vez.

— Ah, meu Deus, calma. — Ouço ao fundo ela correndo até mim. — Estevan? Meu Deus, você dirigiu sozinho até aqui?! — Não consigo processar o resto de suas palavras.

Com dificuldade ela me levanta e me leva até nosso quarto. Sou jogado na cama e seguro sua cintura a trazendo junto.

— Senti saudades, querida — falo embolado.

Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.Onde histórias criam vida. Descubra agora