XXXVII.✓

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Jess

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Jess

Acordo sentindo um tecido fofo em cima de mim e o puxo mais, constatando ser uma coberta. Meu pescoço dói devido a posição desconfortável que dormira. Olho para o lado e Keel continua como estava antes de eu dormir, dirigindo calmamente, mas agora sua expressão está mais cansada. Minha barriga ronca de fome, já é de tarde, havia dormido por muitas horas, mas não me surpreendi, sou acostuma a hibernar sempre.

— Abra o porta luvas e pegue o pacote que tem aí. Mary fez para comer no caminho até pararmos em algum lugar — ele me olha por alguns segundos antes de voltar a atenção para a rua deserta a nossa frente.

Faço o que ele disse e abro o pacote encontrando quatro deliciosos lanches que só dona Mary sabe fazer. Como um esfomeada e me contenho para não pegar outro, ainda estou com fome.

— Pode comer se quiser — ele fala sem me olhar, como se lesse minha mente. Além de imbecil agora é o professor Xavier.

— Não, obrigada — respondo guardando.

Ficamos em silêncio, apenas ele cantarolando alguma canção em outra língua. As vezes ele pergunta como eu estou ou se preciso de uma coisa.

— Além da minha vida de volta, não preciso de nada, obrigada — É o que respondo. Ele não diz nada, apenas continua encarando o horizonte vazio.

Quando o sol já está se pondo, como outro lanche da dona Mary. Até aquele momento ele não havia comido nada.

- Você não vai querer? - pergunto com a boca cheia, sem um pingo de respeito. Ele me olha com um sorrisinho patético nos lábios.

- Não, garotinha. Pode comer, estou sem fome.

- Não sou garotinha - reviro os olhos. - E você não comeu nada até agora, como pode estar sem fome?

- Obrigado pela preocupação, fico lisonjeado, mas pode comer - reviro os olhos enquanto termino o meu lanche e volto a guardar os outros dois no porta luvas.

°

- Eu preciso ir ao banheiro - falo observando a garrafa de água que esvaziei durante o dia.

- Falei que não devia beber tanta água assim - seu sorriso presunçoso está de volta em seus lábios ridiculamente atrativos. - Agora vai ter que segurar até chegarmos em algum posto ou hotel. Não vou parar nessa estrada escura. Não sabemos o que se esconde nela.

Bufo irritada, ele só pode estar brincando comigo. Prefiro voltar a me encolher no banco e puxar o cobertor para cima de meu corpo, xingando ele de todos os nomes mentalmente.

Não consigo dormir sentindo minha bexiga a ponto de explodir a cada movimento do carro.

- Eu não aguento, preciso muito que pare em algum lugar! - ele nem me olha, minhas pernas estão cruzadas e eu aperto elas com força - Keel! Pare agora!

Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.Onde histórias criam vida. Descubra agora