XIII.✓

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Já fazem alguns dias que não vejo Estevan, não sei o porquê desse sumiço

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Já fazem alguns dias que não vejo Estevan, não sei o porquê desse sumiço. Eu e Jess conversamos quase sempre com a dona Mary, ela nos disse que trabalha a muito tempo com ele, mas não falou mais nada. Apesar dele ser muito estranho às vezes, tem alguma coisa que me faz gostar da sua companhia. Me sinto segura... Ou alguma coisa assim. Só sei que é bom.

Quando eu e Jess decidimos invadir seu quarto, nós procurávamos por algo que pudesse nos tirar daquele lugar, mas ele chegou antes que pudéssemos achar alguma coisa. Por isso resolvi fazer do meu jeito, vou voltar no quarto dele enquanto ele está fora, mas vou sozinha. Eu acho que ele esconde alguma coisa lá, só não sei o que é. Ainda.

Aproveito que Mary está na cozinha e Jess dormindo em seu quarto. Já é de tarde, Mary não parava de falar sobre a receita de um bolo, quando consegui sair esperei um pouco antes de subir para cá. Abro a porta cautelosamente, como se a qualquer momento alguém pudesse me pegar aqui. O quarto está organizado como sempre, só que dessa vez mais escuro que o normal. Vou até a pequena escrivaninha ao lado da enorme cama e abro as gavetas. Não há nada de mais. Apenas uma lanterna, alguns papeis, uma caixinha de...

O que é isso? Pre... Preservativo.

Solto na hora que acabo de ler. Fecho a gaveta rapidamente e me levanto da cama, indo até uma das portas que presumo ser o banheiro. Dito e feito. O banheiro é todo em azulejo negro e branco, uma pia grande com um espelho na frente e do lado que pega até no box. Saio de lá e vou para a outra porta. Abro e o closet é todo branco, tem diversos calçados e roupas, há também algumas caixas. Passo pelas portinhas abrindo todas. Mais roupas de todo o tipo, mas em uma porta no final me chama atenção. São roupas femininas e infantil. De um garoto. Além das roupas tem diversas caixas. Abro uma que contem brinquedos. Abro outra e tem algumas joias, e no fundo das caixas tem alguma coisa. Estendo a mão até lá e quando meus olhos pousam na fotografia, me assusto. É o Estevan mais jovem com uma criança no colo. Penso em ver mais alguma coisa mas ouço o barulho da porta do quarto sendo aberta. Rapidamente fecho as portinhas do closet e vou para o fundo, tentando me esconder, até encontrar outra porta.

É tão branca quanto as paredes, o que a faz ficar camuflada. Abro lentamente e encontro uma escada. Tudo está escuro, mas mesmo assim entro por ali. Vou descendo tocando a parede até encontrar um  interruptor. Meus pés descalços tocam o chão rustico frio, sinto minha pele se arrepiar com medo pelo que vou encontrar. Ao descer mais a escada e chegar no chão, meus olhos caem sobre, pendendo do teto, uma corda grossa. No meio dela há uma algema e, um pouco mais abaixo, a corda se divide em duas partes ligadas a outra algema no chão. Próximo a corda tem uma cama com diversas algemas presas nela. E, do outro lado, há tiras e chicotes de couro, com diversos tamanho e larguras.

Fico horrorizada com tudo isso, pela iluminação de alguns candelabros distribuídos pelo quarto em pequenas mesas, tudo fica mais mórbido. Minhas pernas fraquejam me obrigando a me apoiar próximo a uma das mesas com candelabros. Meu corpo está suando, mas eu estou tremendo com um súbito frio que invade o lugar.

Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.Onde histórias criam vida. Descubra agora