XLVII.✓

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Me acomodo com a cabeça sobre o peito de Estevan, traçando uma linha imaginária na sua pele com meus dedos, ele alisa meus cabelos e minhas costas nuas

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Me acomodo com a cabeça sobre o peito de Estevan, traçando uma linha imaginária na sua pele com meus dedos, ele alisa meus cabelos e minhas costas nuas.

— Onde estão seus pais? — Pergunto interessada. — Você nunca fala sobre eles.

— Não há muito o que dizer. Eles morreram em um acidente de carro, assim que o Keel nasceu, quando voltavam do hospital. Foi por pouco que o Keel escapou. — Levanto meu olhar pra ele.

— Sinto muito. — Estevan sorri compreensível.

— Tudo bem, eles foram bons pais, apesar de ausentes. Quando morreram eu tinha dez anos, isso já fazem 20 anos. — Seus dedos passeiam por meu rosto enquanto o observo contar a história.

— E o que aconteceu depois?

— Anna, a mais velha, tinha vinte e três anos na época, ficou cuidando do restante dos irmãos. Andrew, que tinha dezoito, a ajudou, e assim fomos crescendo, uns cuidando dos outros.

— Mas vocês não tinham tios ou avós? — Questiono curiosa. Ele sorri.

— Nossa família sempre foi afastada do resto. Nossos avós não gostavam muito da gente, e nossos tios não faziam questão. Então resolvemos que seria melhor assim, sabe? Estaríamos só entre nós, sem incomodar ninguém e sem esquentar a cabeça com parentes. Sem falar que tínhamos dinheiro de sobra. — Concordo balançando a cabeça afirmativamente e continuo dedilhando seu peito.

— Mas agora os irmãos estão todos separados também, não estão?

— Anna casou quando completou vinte e seis, Keel só tinha três anos e eu treze. Ela até nos levou pra morar com o marido e com ela, mas não deu muito certo. Eu nunca o obedecia — sorri enrolando uma mexa do meu cabelo no seu polegar — e ele ficava muito frustrado com isso, afinal, eu era só um pirralho e ainda morava na casa dele, e ficava o enfrentando. — Balança a cabeça negativamente. — Então logo Andrew alugou um apartamento, ele já tinha vinte e um. Eu estudava de manhã enquanto uma babá cuidava do Keel, no resto do dia eu cuidava dele. Foi assim durante anos, sempre alguma babá tomavam conta do Keel enquanto eu estudava e depois assumia, até ele ter idade pra entrar na escola, o que facilitou muita coisa. Nunca gostamos de gastar o dinheiro atoa, sempre economizando, mesmo que tivéssemos dinheiro de sobra. Andrew cuidava da empresa junto com Anna e o marido dela, inicialmente não gostamos dela envolver o cara nesse assunto, mas no final ele sempre foi um bom homem, estão juntos até hoje — da de ombros —, se amam de verdade. — Da um sorriso de canto tocando a ponta de meu nariz.

— E o Andrew? Ele se casou?

— Casou sim, uma vez. Mas não deu muito certo e logo se separaram, nem filhos tiveram.

— E a Mell? — Franzo a testa.

— Ela não é filha de sangue dele. Não sei muito da história, Andrew não contou detalhes. Só sei que ele estava resolvendo um caso complicado no Brasil, relacionado a mãe da Mellanie. Sei que se conheceram através disso, depois teve uma tragédia, essa mulher foi morta, e o marido dela, pai da Mellanie, também. Andrew não deu muita informação, mas creio que não foi só isso. Então ele conhecia a história da Mellanie e conseguiu a guarda dela e a levou pra Cambridge, onde moram atualmente.

Inocência✓ - Livro 1 da série Corrompidos.Onde histórias criam vida. Descubra agora