Não, eu não vou sair como a idiota iludida nessa história.
Foi dificil engolir todas as lágrimas, mas eu fiz. E me arrependi no segundo depois que meus pés começaram a caminhar na direção dos dois.
Justin me encarava sem expressão e logo se afastou dos lábios rosados de Hailey. Ela pareceu cochichar algo sem entender e quando percebeu que ele olhava para algo que não fosse ela, virou-se pra trás e franziu o cenho ao me ver aproximando.
- Bom dia. - Falei, tentando não demonstrar minha voz embargada e Justin sorriu nervoso. -
Porra, porque Deus o fez tão bonito?
- Bom dia Carrie! - Falou sem encarar nos meus olhos e Hailey finalmente tirou seus olhos curiosos de mim e olhou pra ele. -
- Quem é essa? - Perguntou e antes que ele respondesse, ergui minha mão em forma de comprimento e disse:
- Sou a Carrie, prazer.
- Hm, oi sou a Hailey. - Respondeu pegando na minha mão e Justin apenas observava. -
- Não vai me convidar pra sentar Justin? - Perguntei debochada e Hailey se levantou nervosa. -
- Não está vendo que estamos conversando á sos?
Filha da puta.
- Bom, Justin me chamou pra conversar mas, acho que estou sobrando aqui não é mesmo? - Falei enquanto me afastava lentamente e ele me encarava com os olhos suplicados. -
- Sim, você está sobrando. - Hailey disse enquanto se sentava novamente e eu saí dali, desejando cada segundo que ele viesse atrás de mim e me contasse alguma explicação que explicasse toda essa humilhação.
Mas, ele não veio.
E assim que eu pisei o pé fora do hotel, senti todas as lágrimas entaladas saírem como um dilúvio.
Alguns segundos depois la estava eu, andando pelas ruas de Los Angeles, os pés descalços com os saltos na mão e com a cara toda amassada de tanto chorar.
Qualquer um que passava me encarava de cima a baixo e eu tive que aguentar homens velhos e nojentos mexendo comigo a cada quarteirão que eu andava.
No meio do caminho o sol se tornou em uma nuvem cinza e logo desapareceu do meu campo de visão e a única coisa que vi no céu, foi uma grande tempestade, que resolveu foder mais com o meu dia, caindo cinco minutos depois.
A chuva estava muito forte e havia uma grande ventania, então corri para uma tendinha de uma loja e me encolhi ali. Os trovões aumentavam a cada segundo que se passava e meu queixo já tremia involuntariamente pelo frio.
Porra vou pegar uma puta gripe.
A rua que antes estava cheia, agora estava vazia e de longe avistei um carro azul, bem chamativo e eu reconheceria aquele carro até em outra vida.
A Ferrari andava lentamente, como se o dono estivesse procurando algo e bom, ele achou.
Porque assim que ele me viu, parou o carro e abriu o vidro, abaixando a cabeça para me enxergar melhor.
- Entra! - Justin disse e destravou as portas do carro para que eu entrasse, mas, o meu orgulho gritava dentro de mim.
Entro ou não?