Minha cabeça doía muito. E foi por isso que eu decidi ir ao médico sozinha, não queria deixar Justin preocupado e nem o Caleb com ele. Já que da última vez, a cinco dias atrás, o idiota o deixou com sua mãe.E por sorte, muita sorte. Katie foi até nossa casa me visitar e viu Caleb com a vagabunda.
Segundo ela, que ficou observando pela janela, tudo parecia tranquilo. Mas, Pattie esquentou leite no fogão, para dar ao Caleb. E Katie não podia arriscar que ela o fizesse beber, podia conter qualquer tipo de substância no liquido.
Foi a hora que ela tocou a campainha, e inventou uma desculpa barata, dizendo que eu havia mandado a mesma para cuidar dele enquanto eu e Justin estávamos fora. E bom... Pattie acreditou depois de alguns minutos interrogando.
Caleb, havia dito sua primeira
palavra e eu perdi. Segundo Justin, ele disse papai e confesso que fiquei com pouco de frustação por não ter sido mamãe. Mas, mesmo assim eu estava extremamente orgulhosa do meu filho.E hoje, o levei até a casa de Maria. Ela estava bem melhor e já conseguia andar e fazer a maioria das coisas normalmente.
- Tem certeza de que não vai incomodar? - Perguntei receosa, já que, mesmo melhor, ela ainda estava se recuperando. -
- Claro! Mas, caso, aconteça algo e eu não consiga olhá-lo mais, minha mãe vai estar aqui. - Respondeu e eu sorri, abraçando a mesma logo em seguida e saindo pela porta. -
Meu coração, como sempre, em mil pedaços ao deixar meu filho com outra pessoa.
Justin estava no estudio, gravando algumas coisas. E eu aproveitei para sair sem comentar nada sobre minhas dores de cabeça frequentes.
Acredito que era por conta do estresse e da falta de descanço. Eu quase nunca conseguia dormir quando eu e Justin brigávamos, ou quando Caleb tinha alguma coisa. Deus, eu sou tão preocupada, tão doente.
Entrei no carro do motorista e lhe dei o endereço.
Alguns minutos depois, começou a chover. E eu respirei fundo, um pouco irritada.
Odiava sair com chuva, não me trazia boas lembranças.
Quando finalmente chegamos ao grande hospital, o gentil motorista me deixou no estacionamento, até mesmo se oferecendo para subir comigo e me fazer compania. Mas, recusei.
Quando cheguei na recepção, fui atendida e rapidamente me mandaram subir para ser consultada. Peguei o elevador e desci no quinto andar.
{ ... }
- Você está tendo apenas uma crise de enxaqueca. Infelizmente, o remédio mais forte que posso lhe dar é esse que escrevi na receita. - O médico disse e eu suspirei. -
- Tudo bem, obrigada!
- Eu que agradeço. Se permanecer com essa dor por uma semana e meia, volte e teremos que fazer alguns exames. - Respondeu, se levantando e me levando até sua porta. -
- Quais tipos de exames? - Perguntei, franzindo o cenho pela pontada de dor que eu havia sentido. -
- Exames de sangue, radiografia, tumografia... Entre outros. - Deu de ombros e eu respirei fundo, desejando que essa dor realmente passasse para não ter que voltar aqui. -
- Bom... Já vou indo. - Falei e ele deu um leve aceno com sua cabeça. -
Depois de descer até o estacionamento, liguei pro motorista e esperei alguns minutos até que ele chegasse. Por sorte, o mesmo estava nas redondezas.
{ ... }
O meu dia foi bastante cansativo.
Fui á farmácia para comprar o remédio receitado, passei no supermercado e comprei algumas coisas, na qual eu estava com muita vontade de comer ultimamente, fui ao banco e por último, passei na casa de Maria para buscar o meu principe.
Ugh, nem me reconheço mais, mesmo sendo meu filho, alguns anos atrás eu achava tão brega apelidos de pessoas apaixonadas.
Sendo honesta, eu ainda acho. Mas, eu faço parte deste grupo agora. E bom... Não é tão ruim, falando agora do ponto de vista de quem vivencia isso.
Estou falando tantas coisas fofas que ás vezes me pego no flagra e me bato mentalmente por isso.
Assim que cheguei em casa, ouvi várias risadas e barulhos altos. Franzi o cenho e chamei por Justin mas, não obtive resposta. Caleb resmungava algo enquanto se remexia no meu colo e eu sabia o que ele queria.
Ir pro chão.
Mas, eu precisava saber que bagunça estava acontecendo.
Uma empregada, passava com alguns panos na mão e eu provavelmente pensei por alguns longos minutos se eu deixava meu filho com a mesma ou não. E eu decidi arriscar.
Se ele ficasse com algum arranhão, eu quebrava essa mulher.
- Hey! Fique com ele aqui, enquanto eu vejo o que está acontecendo. - Falei e a mesma assentiu, o pegando no colo. -
- Mamãe, já volta. Ok? - Perguntei e o beijei na testa, marcando fracamente o meu batom em sua pele macia. -
- Da onde estão vindo esses barulhos? - Perguntei. -
- Se não me engano, da sala de jogos! - Respondeu e eu sorri, em forma de agradecimento. Saindo dali logo em seguida. -
Desci as escadas para chegar até um tipo de "primeiro solo/subsolo" que o Justin havia mandado construir para ter salas de jogos, de cinema e outras curiosidades.
E ao chegar no mesmo, vi long necks de cervejas vazias no chão, me fazendo franzir o cenho.
Andei apressadamente, seguindo o som das altas risadas e me deparei com a última sala.
A porta estava fechada, e uma música tocava lá dentro.
Hard Knock life.
Resolvi finalmente abrir a porta, depois de alguns segundos a encarando.
E no mesmo segundo em que a abri, tossi fracamente pela grande fumaça de maconha que havia. Uma marola enorme se espalhava pela sala.
A luz esbanjava em um tom neon rosa, e havia algumas garotas, debruçadas nas mesas de sinuca e outras nas de ping pong.
- Mas, que porra é essa? - Murmurei, perguntando a mim mesma, enquanto colocava a mão sobre o nariz para amenizar o cheiro da erva. Se eu ficasse aqui por muito tempo, minha enxaqueca só iria piorar. -
Observei todo o local.
Caras com grandes correntes de ouro, várias garotas de roupas extremamente curtas, bebidas em todo o local, alguns restos de maconha espalhados pelo chão...
E eu ainda não havia visto o idiota do meu noivo.
Mas, foi questão de segundos. Porquê eu o avistei um pouco distante. Justin sentava em uma cadeira maior do que as outras, se sentindo um rei.
O rei da cocada.
Ugh! Que ódio!
Eu poderia muito bem dar a volta e trancar todos os seres nessa sala, para que eles morressem asfixiados. Mas, nem percebi quando os meus pés me levaram até Justin.
Meus olhos se arregalaram imediatamente, ao ver sua cabeça extremamente raspada.
E bom, quando cheguei a uma distância razoável dele. Parei imediatamente, ao ver uma puta se aproximando dele, usando apenas um biquini e lhe dando um beijo demorado na bochecha.
Justin sorriu e passou sua mão na cintura da vagabunda. Mas, a festa estava no fim, porquê algum de seus amigos o cutucou e apontou pra mim.
E quando seus olhos castanhos, com as pupilas extremamente dilatadas, se direcionaram á mim. Ele soube.
Que eu o mataria em questão de segundos.