Acordei com o barulho do despertador. Meus olhos ardiam pela noite mal dormida.E eu me levantei, desejando á todo momento voltar pra minha cama, que ainda permanecia quente.
O dia estava cinzento e eu respirei fundo, antes de abrir as janelas para que entrasse um pouco de ar fresco no quarto.
Fui em direção ao banheiro e tomei um banho rápido. Coloquei minha calça jeans, uma regata branca e um moletom por cima.
De calçados, coloquei minhas botinhas.
Nem me preocupei em passar maquiagem ou em arrumar o meu cabelo. Era tanto sono que eu poderia ir pra rua de pijama.
Peguei minha mochila e saí do quarto, brigando com meu subconsciente se eu voltava pra cama, ou se ia pra aula.
Andei apressadamente até a faculdade e senti meu estômago se revirar de fome. Mas, eu já estava atrasada. Não daria tempo para comer.
Ao entrar na minha sala, suspirei aliviada ao ver que o professor não havia chegado e que Katie estava aqui. Andei em sua direção e sentei ao seu lado.
- Você dormiu no hospital? - Perguntei. -
- Não. Quando a cirurgia dela acabou, Anne insistiu que eu fosse embora.
- Ela está desesperada atrás de dinheiro para pagar o tratamento de Maria. - Falei e ela assentiu, suspirando, também cansada. -
- Eu sei, já pensei em várias coisas mas, nenhuma é uma solução concreta.
- Eu vou vender a minha Ferrari, e vou dar o dinheiro á ela. - Respondi e Katie me encarou assustada. -
- Sua o que?
- Minha Ferrari. Justin me deu uma, porém Maria é sem duvidas muito mais importante do que um bem material.
- Yeah... Eu sei. - Disse por fim, e o professor chegou na sala. -
Peguei o meu caderno e comecei a prestar atenção na aula. Mas, parecia impossível já que meus olhos se fechavam sozinhos pelo sono.
{ ... }
Desci do ônibus e respirei fundo, sentindo minha visão ficar um pouco embaçada.
Minha aula havia acabado e eu estava indo pra rádio, no meu intervalo, iria até a West Customs vender o meu carro, que eu nem cheguei a usar.
Eu não havia comido nada, desde a hora que acordei e isso estava me deixando muito tonta. Mas, ignorei e continuei andando até a estação.
Ao chegar, passei na lanchonete rapidamente e comprei um café, acompanhado de alguns donuts.
Nada saudável.
Subi as escadas apressadamente e tive sorte por Lisa, não estar no momento. Pois, já era o meu terceiro atraso em apenas duas semanas.
Me sentei e logo iniciei a playlist de segunda feira. Abri meus donuts e os devorei em questão de minutos. Eu ainda estava com fome mas, não podia deixar aqui para comprar mais comida.
Então fiquei até as 14:00 pensando na morte da bezerra e quando o meu ponto apitou, finalizei a playlist e peguei as minhas coisas para ir embora.
Desci rapidamente e bufei ao ver que a lanchonete havia fechado.
Andei até o ponto e devo ter esperado, rápidos cinco minutos até o ônibus aparecer. E quando ele chegou, subi no mesmo e tive sorte de ter um assento vago no final.
{ ... }
Entrei na West Customs e de cara um homem veio me atender.
- Boa tarde, me chamo Andrew. Qual o seu nome? - Perguntou animado. -
- Carrie... Bom, eu vim vender um carro. - Falei e o cara ficou um pouco surpreso, se recompondo logo em seguida. -
- Qual carro?
- Uma White Ferrari F12 Berlinetta. - Respondi e ele assentiu. -
- Me acompanhe, por favor.
Andamos até uma mesa, na qual deduzi ser a dele por conter seu nome escrito na mesma.
- O processo de compra é mais fácil do que de venda, preciso dos documentos do carro, das chaves e dos comprovantes. - Falou e eu assenti, tirando tudo da minha mochila. E por um segundo, me senti aliviada por Justin ter deixado tudo junto com ás chaves. -
Entreguei e ele me deu alguns papéis para assinar. E depois de lê-los, assinei no final e entreguei as chaves.
- O valor vai ser depositado na sua conta ás 17:00. - Andrew disse e eu assenti, sentindo a tontura que eu estava sentindo mais cedo, voltar. -
- Você está bem? Está muito pálida. - Falou e eu me levantei, fazendo o máximo de esforço para me manter em pé. -
- Estou sim, é impressão sua. Obrigada pelo atendimento! - Agradeci e saí do local. Indo pegar outro ônibus, dessa vez indo para a Kissing. -
Mas, a última coisa que me lembro foi de ver tudo ficar preto e de braços me segurarem fortemente.
E eu tinha certeza de que quem me segurou, era alguém conhecido. Porquê eu me lembrava claramente daquele cheiro.