Meus pés fizeram contato com o chão frio, me fazendo suspirar.Não me preocupei em colocar sapatos ou chinelos, eu só queria ir até o quarto do Scooter ver o que estava acontecendo com ele e porquê o mesmo fez um barulho tão estranho as duas da manhã.
Saí do meu quarto e me aproximei da sua porta. E antes que eu batesse, encostei minha cabeça nela para tentar ouvir algo mas, não obtive nada.
Bati na porta, e alguns segundos se passaram. Ele não veio abrir e eu franzi o cenho, extremamente desconfiado.
- Scooter? Eu sei que está ai! Abra a porta, agora. - Pedi e pude ouvir a porta sendo aberta. -
Mas, ele não a abriu por inteiro. Apenas, uma greta e colocou sua cabeça pra fora, me encarando com a sua típica cara de deboche.
- O que foi? Estou tentando dormir. - Falou baixo e eu revirei os olhos. -
- Me deixe entrar! - Respondi e ele arregalou os olhos. -
- Pra que Justin? Vá dormir! Amanhã cedo iremos pra São Paulo. - Resmungou, e em uma tentativa falha de fechar a porta na minha cara, coloquei meu pé, impedindo dela ser fechada. -
Fechei os olhos pela dor que aquilo causou nos meus dedos e empurrei a porta pra trás, entrando no quarto logo em seguida.
- O que você está escondedo aqui? - Falei, começando a ficar nervoso e a encarar tudo ao meu redor. -
- Nada porra, agora sai do meu quarto. - Respondeu me empurrando e eu lhe dei um murro no nariz. -
- Não me faça te espancar de novo Scooter. - Falei e comecei a olhar tudo, qualquer coisa que desse como prova para incriminá-lo. Porquê eu sei que ele tinha algo a ver com o sequestro da Carrie. -
- Você está ficando louco, não tem nada aqui. - Respondeu com a mão no nariz e eu me abaixei para olhar debaixo da cama. -
Fui até o banheiro, olhei dentro da banheira, no box, e até mesmo no pequeno armário. Voltei pro quarto e olhei dentro do armário mas, não tinha nada.
Foi quando uma mochila me chamou a atenção. Pois, eu nunca tinha a visto. E antes de esticar meu braço para pegá-la, encarei Scooter e o mesmo estava distraído, enquanto arrumava um jeito de fazer seu nariz parar de sangrar.
Puxei a mochila e a coloquei no chão, agachando logo em seguida para abrí-la.
E assim que a abri, me deparei com uma toalha, coberta de sangue.
Arregalei os olhos e engoli em seco, pensando em todas as possibilidades de quem poderia ser aquele sangue e porquê ele estava lá.
Continuei revirando a mochila e no final dela havia um anel.
O anel que eu tinha dado pra Carrie no dia em que eu a pedi em namoro.
E eu fechei os olhos fortemente, me levantando e encarando Scooter.
- O QUE ELA FEZ PRA VOCÊ ODIÁ-LA TANTO? - Gritei, completamente alterado pelo ódio e pela tristeza. Ele virou assustado, e assim que viu as coisas em minha mão, tentou fugir pela porta. Mas, eu corri em sua direção e lhe dei um soco na nuca, fazendo o mesmo cair desacordado. -
Peguei o telefone do quarto que estava encima da mesinha e disquei o número da recepção.
Pedi que eles ligassem pra polícia urgentemente e me sentei na cama, passando os dedos na minha cabeça.
{ ... }
- Nós o interrogamos a madrugada inteira, ele sabe de alguma coisa mas, se recusa a falar. Prefere ser preso do que contar aonde ela está. - O policial me disse, em um inglês completamente errado e eu suspirei. -
- Posso falar com ele? - Perguntei e ele me encarou. -
- Geralmente, não permitimos interrogatórios de quem não seja da polícia mas, vai que ele te conta alguma coisa. - Respondeu me levando até a sala onde ele estava. -
Scooter estava com algemas e encarava um ponto qualquer na parede. Me aproximei e me sentei na cadeira á sua frente.
Um guarda no fundo da sala nos encarava, provavelmente estava ali para qualquer incidente que houvesse.
- Scooter... Por favor, me conte aonde ela está. - Pedi baixo e ele desviou o seu olhar na parede para me encarar. -
Mas, ele permaneceu calado. E eu respirei fundo, tentando me controlar.
- O que aconteceu com você? - Perguntei, sentindo minha voz ficar embargada e minha visão ficar turva por conta das lágrimas. - Você era como um pai pra mim... Por favor, pensa em como a família dela está se sentindo. Scooter, o Caleb ainda precisa do leite materno, e ele está tendo que beber na mamadeira. Ele chora a cada cinco minutos com saudades dela, ele não tem nem um ano. É só um bebê. - Falei, tentando arrancar algo de sua boca mas, como todas as outras tentativas, essa também foi em vão. -
E eu apelei, me levantando rapidamente e puxando o mesmo pela gola da sua blusa.
- AONDE ELA ESTÁ PORRA? O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? - Gritei e o guarda correu para me afastar do mesmo, segurando Scooter que ainda me encarava com seu olhar vazio. -
E quando eu pensei em me virar para sair daquela sala, ele abriu a boca e murmurou.
- Hotel... Ela está no hotel.
Capitulo dedicado para a GabSantos01. Feliz aniversário abiga! sz