Capítulo 8 - Não quero mais acreditar.

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Durante o trajeto , Eduardo e eu nos falamos muito pouco, e esse pouco foi limitado a como chegar até minha casa. Estávamos seguindo a recomendação de Rejane, "sem brigas", nosso acordo foi tácito e sem necessidade de palavras. Já que não falávamos um com o outro, tive tempo para observar Eduardo, um cara enorme em meu carro popular todo espremido, teve momentos que eu quis rir, pois em algumas curvas era nítido o desconforto dele, mas não reclamava. Ele era realmente um homem bonito, com um porte atlético nada exagerado, eu até poderia me apaixonar por um cara assim. Entretanto meu coração estava trancado para qualquer coisa nesse sentido. Eu tinha dedo podre em se tratando de homem, isso desde que eu nasci.

Depois de um tempo no transito eu já estava ficando cansada, como essa cidade está um caos, obra que não acabava mais, eu particularmente não estava gostando disso, pois um trajeto de 15 minutos estava sendo feito em quase uma hora.

Quando Eduardo estacionou em frente ao meu prédio, senti a felicidade me invadir. Eu não iria convidá-lo para subir, não havia necessidade para isso, decisão errada, porque com isso começou um leve estresse.

- Eduardo, você já me trouxe, não precisa subir!

- Eu faço questão, além do mais, se você cair durante o caminho? Vou me sentir culpado.

- Nossa você também é dramático. Fez escola com a Rejane aquela lá também é o drama em pessoa. – Ele sorriu e pude ver leves covinhas, nada acentuado mas com certeza era um charme.

- Você é uma cabeça dura mesmo, mas eu sou muito mais quando quero, sendo assim, vamos porque eu ainda terei que pegar um taxi.

- Você venceu. Estou cansada demais para discutir.

- Então vamos, mas será que seu namorado não vai ficar chateado, por eu estar levando você em casa?

- Você poderia ser direto e perguntar se eu tenho namorado, não sou fã de rodeios. – Ele solta uma gargalhada gostosa e não posso deixar de sorrir também.

- Nossa direta ao ponto. Então você tem namorado?

- Eu não tenho, nem pretendo ter. E fim de papo antes que o porteiro escute nossa conversa.

Mas para meu total desespero, seu Barbosa estava naquele momento saindo do elevador e imediatamente ele não se fez de rogado começou a me metralhar com seu falatório.

- Dona Malu, chegou cedo! E veio com esse moço bem apessoado.

- Boa noite, seu Barbosa. Esse é um colega de trabalho, Eduardo. – Apresentei Eduardo, que prontamente cumprimentou de forma gentil seu Barbosa.

- Dona Malu, eu queria trocar um "dedinho de prosa" com a senhora. - Ele diminui o tom de voz, e eu já sabia que vinha bomba do prédio. – E que a dona Patrícia do 205 descobriu que tem uma Advogada no prédio, me pediu para falar com a senhora. A moça ficou avexada demais com a briga, e furiosa por causa do aplique dela que ficou destruído. – Ele pausa para tomar fôlego e eu o interrompo.

- Seu Barbosa, nem me venha com essas maluquices, essa moça é que devia indenizar à chifruda. – Ele dá uma gargalhada e Eduardo também achou graça.

- Então vou dizer para ela, que a senhora não atende esse tipo de situação. Assim ela não fica triste, coitada hoje passou por mim chorando. Até cortar cabelo a moça teve, estava faltando muito aplique na cabeça. Nesse momento eu que não me aguentei e comecei a rir.

- Seu Barbosa, temos que ir. Amanhã estarei em casa e podemos conversar. – Ele sorriu.

- Que bom, a senhora de folga coisa rara; o moço ai também vai estar aqui amanhã? – danado de fofoqueiro esse meu porteiro.

Eu Prometo te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora