- Edu, meu querido, não o vi chegar. - Minha sogra ficou pálida ao ouvir a voz do filho.
- Como poderia? Já que estava desferindo insultos para minha namorada. - Edu matinha-se em pé junto ao seu pai no mesmo lugar.
- Meu filho, como pode dizer isso? Eu e sua namorada estávamos simplesmente conversando.
- Eu acho melhor você parar por aí, Helena. Porque não irei admitir mais mentiras! - falou seu João.
- Ora, ora... até você, João, quer me interpelar na frente dessa senhora - ela falava com um tom de deboche. - Mas fiquem sabendo que eu não me curvarei para essa mulher. Onde você está com a cabeça, Edu? Se relacionar com uma velha e ainda por cima sem nenhum berço na sociedade?
- Você que dizer sem dinheiro? - Edu falou secamente. - Velha? Por que temos uma diferença de quase dois anos? Mãe, não queira me fazer rir, porque essa sua desculpa não cola.
- Então me diga você o que "cola" nessa palhaçada toda? - ela disse de forma ríspida.
- O que cola? Você quer mesmo ir por esse caminho, mãe? - Dona Helena olhava com altivez para o filho. - Muito bem... vou enumerar o que vejo aqui: preconceituosa... desumana... sem coração... implicante... vazia... má...
- Como você ousa falar assim comigo, Eduardo? - a velha gritou.
- Isso é o que você mostrou ao seu filho ao longo dessa vida, Helena!- meu sogro se manifestou. - Eu sempre tentei fazer com que ele não te visse dessa forma, mas você sempre se encarregou de mostrar seu lado desumano e incoerente.
- Agora eu sou a errada? Eu devo me curvar a uma negra? Eu devo aceitar uma mulher que nem berço tem na minha família? - Ela direcionou seu olhar sobre mim. - Sua negrinha abusada e insolente suma da minha casa agora! Já basta a outra negra que tenho que aturar há anos.
- Nunca mais fale assim com a minha namorada. - Edu, veio andando até mim e seu semblante era um misto de raiva e decepção. - Eu te amo pois você é minha mãe, mas isso não te dá o direito de ofender a minha namorada ao bel prazer.
- Quem você pensa que é, seu menino bobo e insolente?! Eu sou a sua mãe e me deve respeito.
- Você perdeu esse respeito, Helena, quando proferiu tais palavras contra a minha nora. Eu tenho vergonha da pessoa que está em minha frente agora. Como pôde se tornar tão mesquinha e má? - meu sogro proferia cada palavra com desgosto. - Como tem coragem de tratar mal a uma pessoa que nunca te fez absolutamente nada?
- O que fez? Ela nasceu! E teve a audácia de achar que poderia se relacionar com um Alcântara. – Ela apontou o dedo em minha direção. – Nunca, está me ouvindo?, vou aceitar você ou nada que venha de sua gente! Nunca!
- Helena, chega! – meu sogro berrou a plenos pulmões. – Cale essa sua boca! Pare de dizer asneiras! Mulher, o que você se tornou?
- Por favor vamos deixar esse assunto para lá – pedi, pois queria que toda essa briga parasse.
Eu estava me sentindo mal, tanto fisicamente como emocionalmente. Minha cabeça não conseguia processar todos aqueles insultos que eram desferidos a mim a troco de nada. Sentindo que não ia agüentar, sentei no sofá.
- Tudo bem amor? – Edu veio até mim.
Confirmei com a cabeça.
- Agora a negra vai fingir que está passando mal só para o bobão sair correndo até ela... Oh, céus! Que homens tolos são aqueles que se curvam para essas mulheres de cor. – Ela estava sorrindo malevolamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu Prometo te Amar
RomanceEla: por detrás de seu sorriso existem marcas profundas e um coração vazio, que precisa ser preenchido por dois tipos de amores. Ele: Está convicto que não precisa de nada, além dele mesmo. venha se emocionar, rir e chorar conosco nessa jornada, o...