02 - Mais perigosas que caçadores e mais assustadoras que vampiros! As mulheres

474 44 48
                                    

Acordei disposto. Obviamente. Depois da surpresa de ontem era impossível acordar de mal humor. Era maravilhoso saber que eu tinha amigos amorosos. Mas ainda precisava resolver uma coisa, com uma pessoa.

Sophia.

Eu tinha plena consciência de que ela havia ficado com raiva por causa de algo que não fiz, mas ainda assim eu entendia o lado dela. Sophia interpretou mal minha situação com a Thalia e agora estava enfurecida comigo – eu já estava acostumado com isso, acredite. Portanto, mais uma vez eu precisava me conciliar com ela, dizendo o que realmente aconteceu para enfim pedi-la em namoro.

E faria isso hoje.

- Bom dia – falei sonolento quando cheguei à cozinha, e me assustei quando encontrei a Thalia, a caçadora asiática do Clã do Vidro, também sentada à mesa. Eu havia me esquecido completamente que, na noite anterior, insisti para que ela dormisse na minha casa, porque já estava tarde e ela morava muito longe.

- Bom dia! – responderam as duas, juntas.

- Seu tio disse que vai te ensinar a dirigir, já que você já tem dezesseis anos – disse minha mãe, enquanto terminava de passar o café.

Cocei a cabeça, lembrando-me da vez em que pilotei aquela caminhonete velha rumando ao estádio de Honorário quando estava prestes a jogar a final do Torneio de Futebol da Cidade, no ano passado. Minha mãe ainda me fazia perguntas em relação àquele dia, fazendo com que eu arranjasse qualquer desculpa ao invés da verdade.

- Ok – respondi.

- Dormiu bem? – Thalia perguntou.

- Dormi.

- E como vai resolver o seu problema com aquela menina?

Minha mãe imediatamente me olhou, enquanto eu sentia meu rosto esquentando.

- Bem... vou ver o que faço – falei. E quando Thalia fez menção de abrir sua boca novamente, mudei de assunto: - Quando o meu tio vai começar as aulas, mãe?

- Ele disse que essa semana. – Sara nos serviu e tomamos café. – Só está resolvendo alguns problemas do casamento, já que quer fazer uma pequena cerimônia. A Karen merece, não é mesmo?

Eu fiz que sim.

E durante o resto da manhã, fiz o máximo de esforço possível para que Thalia não tocasse no assunto da Sophia.

- Thalia, não fale sobre garotas perto da minha mãe, ok? – pedi, enquanto rumávamos à escola.

- Por quê?

- Porque eu, hã, não gosto de falar sobre esse tipo de assunto com ela. É estranho.

Thalia assentiu.

- Mudando de assunto, você pretende fazer aquele percurso todos os dias? Digo, vir da montanha Takamashi para a escola e vice-versa?

- Provavelmente sim. – Ela não parecia tão feliz com o fato.

- E não há outro jeito? O Conselho não pode alugar uma casa pra você?

- Eu não tenho coragem de pedir. Eles só me mandaram nessa missão e ponto. Disseram que sou das melhores para me infiltrar, porque controlo meus olhos perfeitamente.

Primeiro, me senti irritado com o Conselho. O que fizeram com a garota demonstrava que eram um bando de folgados. Depois, fiquei admirado. Controla os olhos perfeitamente? Que máximo!

- Olha – eu disse me sentindo ansioso, uma ideia me ocorrendo –, vou fazer de tudo pra minha mãe deixar você se hospedar lá em casa. Mas em troca, quero algo.

Caçador Herdeiro (4) - Luz Envolvente | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora