Gemendo de dor, Robert foi levado para a base dos Detentores. Perdera muito sangue, e cada vez mais sentia-se fraco e enjoado.
Enquanto era transportado através de uma maca pelos corredores de sua base, notou inúmeros rostos surpresos e preocupados o encarando. Foi conduzido até uma sala e ali ficou. Rapidamente, um médico tratou do ferimento em seu braço com álcool e lhe aplicou uma anestesia. Robert sentiu-se tonto e apagou.
Mais uma vez, sonhou com uma lembrança.
Tinha onze anos de idade quando desabou sobre um enorme portão de ferro. A caminhada tinha sido árdua. Sentia-se fraco e desnutrido. Não comia fazia dias.
Um dos seguranças veio te ajudar. O ajudou a levantar e o sentou encostado num muro muito gelado. Deu-lhe um pouco de água.
- Qual é o seu nome, garoto? – perguntou, deixando sua compostura.
- R-Robert... – ele esforçou-se para dizer, trêmulo de frio. O outro segurança surgiu com um casaco e cobriu o pobre garoto.
- E onde estão os seus pais, Robert?
Robert pensou naquelas armas apontadas. Lembrou-se da cena do beco, homens maldosos que surgiram e o jogaram com seus pais naquele lugar fedorento, e mirando seus revólveres exigiram dinheiro e pertences. Robert nunca ia esquecer de seus pais sendo mortos à tiros, executados por besteira. Correu para o mais longe que pôde, deixando-os para trás, visto que os dois bandidos pareciam ignorá-lo. E só parou ao amanhecer.
Uma lágrima escorreu pelo seu rosto.
- Eles estão mortos – respondeu. Os dois seguranças trocaram olhares penosos. Nesse momento, um carro preto parou de frente para o portão. Robert observou a porta do motorista se abrindo e um homem descendo do carro. Um rapaz de certa idade, corpulento, possuindo uma barba espessa e bem aparada: Henry Ferrarezi. Uma mulher também desceu do carro, cabelos claros que desciam tranquilamente por suas costas. Embora tivesse uma postura de gente nobre, Madalena Ferrarezi tinha um olhar sereno e generoso. E por último, de um dos bancos de trás, desceu uma garotinha. Tinha os cabelos loiros da mãe, mas a pele era bronzeada como a do pai. Seus olhos eram castanhos e ela aparentava ter uns três ou quatro anos.
A família Ferrarezi.
Robert assistiu ao homem caminhando em sua direção com olhos firmes e vidrados, provavelmente estudando aquele garoto estranho, que vestia roupas maltratadas, e que não cheirava muito bem.
- Senhor Ferrarezi – os dois seguranças levantaram rapidamente e se recompuseram.
- Quem é esse garoto? – Henry perguntou, com uma voz extremamente autoritária.
- Ele apareceu agora a pouco, senhor – disse o segurança que dera o copo d'água à pobre criança.
A garotinha segurou a mão da mãe, e as duas olharam atentamente para Robert. Robert ergueu os olhos e notou um olhar rígido daquele que os seguranças tratavam como "senhor". Henry não parecia nada tolerante.
- Onde estão os seus pais, garoto? – quis saber.
- Mortos – Robert respondeu sem ânimo; suas mãos tremiam.
- De onde você é?
- Goiânia.
- E chegou em Piracanjuba sozinho?
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Caçador Herdeiro (4) - Luz Envolvente | COMPLETO
AdventureLivro 4 da saga CAÇADOR HERDEIRO. Surge uma nova ameaça. O equilíbrio está sendo devastado. Portais estão fechando. E o Conselho não pensa duas vezes em mandar sua melhor caçadora para investigar. Investigar uma organização nova que está causando tu...