12 - A safra

319 31 16
                                    

- Há dezenas de armas apontadas para vocês em várias janelas do outro lado da rua – disse Robert, muito sério. - Qualquer movimento suspeito, pode ter certeza que vocês terão o cérebro explodido. E digo isso porque tenho os melhores atiradores do país. Já ouviram falar dos Detentores? Somos nós. E viemos aqui para raptar todos aqueles que causam riscos à sociedade. E você é um deles, Jake.

- A organização que está capturando místicos e vampiros – Jake disse seco.

- Você é bem informado para um jovem vampiro – disse Robert. – Infelizmente, ainda não conseguimos nenhum místico. Mas as nossas celas estão lotadas de criaturas horrendas.

- Por que estão fazendo isso? – Kelan perguntou, pois sabia sobre as consequências que aquilo estava causando. Natsuno dissera que essa organização era composta por humanos.

- Não está claro? Nós estamos detendo aberrações como o seu namoradinho. Agora chega de conversa, façam tudo o que eu mandar ou vocês não passarão de carne crua para os corvos.

Kelan engoliu em seco. Não acreditava que isso estava acontecendo. Justamente quando estava indo tão bem com o Jake. E agora... seriam mortos.

- Estúpido – murmurou, enfurecida.


- Isso não estava nos planos – disse Léo.

Ele e o grandalhão Joe estavam sentados no banco de um ponto de ônibus do outro lado da avenida lateral da Lanchonete Lendária, um pouco longe, de forma que pudessem assistir ao casal conversando na lanchonete. Mas o plano da dupla foi por água abaixo depois que, quando finalmente Jake e Kelan iam se beijar, um homem estranho surgiu, estragando o clima.

- O que ele está dizendo? – Joe estranhou; cada um dos garotos segurava um jornal aberto, para o caso de Jake olhar na direção do ponto de ônibus, assim poderiam esconder o rosto.

- Não sei – disse Léo -, mas boa coisa não é.

Isso foi o que o garoto-cachorro calculou após o homem sair da lanchonete e falar alguma coisa num radiotransmissor. O estranho entrou na outra avenida lateral do edifício e desapareceu. Em seguida, foi a vez de Jake e Kelan, juntos, que pareciam nervosos.

- Tô com um mal pressentimento – disse Joe.

- Vamos atrás deles, grandão. Mas com cuidado. Sinto que aquele cara não está sozinho.


Juca e Kakeru se entreolharam, sérios, após os dois adolescentes se despedirem e irem embora. Pareciam nervosos, o cozinheiro poderia jurar, e suas suspeitas aumentaram quando olhou para a mesa que outrora os dois estavam sentados: as batatas fritas continuavam lá, assim como os copos de suco, tudo intacto.

- Algo está errado – disse o japonês de sobretudo, dando um gole em seu café.

- E quem era aquele cara? – questionou o cozinheiro, pensando no rapaz estranho que saiu do estabelecimento sem nem sequer se despedir.

- Ele não consumiu nada – disse a garçonete, aproximando-se dos dois aposentados. – Ele entrou e ficou sentado numa das mesas. Disse que estava esperando alguém.

E por fim, estava sozinho, pensou Juca.

- Nós vamos ter que investigar – disse ao amigo. – Jake e Kelan... Eles estão em apuros.

Caçador Herdeiro (4) - Luz Envolvente | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora