31 - O campo de batalha

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Natsuno acordou com um mal pressentimento.

Levantou-se e se vestiu, com a estranha sensação de que algo muito ruim iria acontecer.

Desceu à cozinha e tomou o café já pronto por sua avó, e quando saiu para fora, a mesma estava regando algumas plantas que havia em frente à casa; havia acabado de lavar a calçada, como sempre fazia.

- Natinho, o seu pai disse que depois precisa falar com você – disse ela, assim que o viu.

- Sobre o quê? – Natsuno estranhou, caminhando até a velhinha.

- Pergunte a ele – ela disse com sarcasmo. O sarcasmo que ele era muito acostumado. – Mas deve ser coisa importante. Ele me ligou quase agora.

- Esse meu velho, vive enchendo o saco. – Natsuno revirou os olhos, porque ultimamente Hebert vivia falando dos problemas que estava passando na organização, a agitação de alguns dos membros temperamentais. Ele só não dizia o motivo. Nunca dizia.

Natsuno inclinou-se sobre a avó e a beijou no rosto, depois seguiu viagem.

No campus, mais uma vez, sentiu-se triste por não ver dois dos seus melhores amigos. Diogo estava internado e Jake havia ido embora. Eles faziam muita falta.

Aproximou-se de Joe e Léo e os cumprimentou, não muito animado. E quando viu Kelan, poucos metros adiante da praça, bufou em raiva. Ela sabia o que Jake pretendia, e mesmo assim não o deteve. Kelan era a culpada por Jake ter ido embora.

- Natsuno – alguém chamou.

Era o Kai.

Junto de um garoto de cabelos cacheados e dentes de coelho, aproximou-se dos três garotos, com uma expressão um pouco assustada. Os cumprimentou rapidamente e perguntou:

- Vocês já contataram a organização?

Natsuno olhou desconfortável para o garoto ao lado do nerd, dizendo:

- Kai, acho que não é uma boa hora para falarmos sobre isso.

Demorou um tempo para Kai perceber o motivo. Ele ajeitou os óculos e disse:

- Fiquem tranquilos. O Bruno... Bem, ele é um místico, assim como vocês.

Imediatamente, Natsuno, Joe e Léo se entreolharam.

- Como assim? – perguntaram simultaneamente.

- Ele não tem olhos verdes – Léo observou.

Kai sorriu sem jeito e perguntou:

- Você tem?

Léo pareceu não acreditar. Direcionou, ao garoto cabeludo, um olhar curioso e um tanto incrédulo.

- Você... é um místico que possui o Modo Ataque? – deduziu, perplexo.

- Isso mesmo – Bruno disse pela primeira vez. Sua voz era um pouco estranha, como se ele estivesse falando com um ovo na boca. Natsuno presumiu que era por causa dos dentes de... coelho.

- Coelho? – decidiu perguntar, arqueando uma sobrancelha.

Bruno riu de uma forma bizarra, quase como se estivesse se engasgando, uma mescla de timidez e orgulho. Fez que sim com a cabeça.

Caçador Herdeiro (4) - Luz Envolvente | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora