Herdeira II - Manual de Batalhas

❤ Fim do Centro? ❤

Melissa Motta

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O pior dia da semana: segunda-feira. Acordar e se conscientizar de que você tem algo para fazer o dia todo e que mais tarde seu corpo vai estar totalmente cansado.
Hoje não tenho palestras, mas algumas meninas aproveitam para conversarem comigo em particular. São problemas gravíssimos que requer muita atenção e paciência.

Fiz uma breve oração, depositei um beijo no rosto de Taylor e fui fazer minha higiene matinal, seguido de um banho bem frio.
São dias que verdadeiramente cansa o estado físico e psicológico. Na maioria das vezes, o psicológico grita mais alto. Que Deus me ajude.

(...)

— Bom dia amor?  — me assusto ao ouvir sua voz.

— Bom dia.  — sorrio. Ele se aproxima dando um selinho demorado. 

— Te amo.  — diz.

— Eu também. Porque não acordou cedo hoje? Fiquei em dúvida em te acordar. — explico.

— Não se preocupe. Fez bem em  não ter me me acordado, hoje não irei trabalhar.  — diz, abrindo a geladeira.

— Por que?  — franzi o cenho, bebendo um gole de café.

— Hoje não tem nada para fazer. Gostaria que ficasse em casa comigo, mas vejo que não será possível. — revira os olhos. Com essa voz manhosa, no fundo, está pedindo pra eu ficar. 

— Ainda bem que você sabe.  — afirmo.  — Tentarei chegar bem cedinho. 

— Sete e meia? No horário de culto? Ótimo!  — ironiza, sentando no banquinho do galpão.

Não congregamos mais na Igreja do Pastor Eduardo. Decidimos mudar para a do Centro mesmo, foi duro convencer Taylor, mas ele compreendeu que aquele povo é muito especial pra mim e acabou cedendo.

— Sem ironias. — indago. De repente me distraí com nada, fui levada a outros lugares, a outras pessoas, a outra dimensão...

— O que foi?  — saio dos meus devaneios.

— Nada não.  — sorrio.  — Já vou indo.  — deposito um beijo em sua testa, pego minha bolsa e saio.

Taylor me ensinou a dirigir ano passado. Foram os melhores dias da minha vida; aprendendo. Ainda não tirei minha carteira, mas já tenho isso em mente. Outra preocupação.

Cheguei no Centro bem rapidinho. Algumas crianças vieram ao meu encontro, me abraçaram. Minhas manhãs são completamente recheadas com esses anjinhos. Fui direito para sala verificar o quanto que lucramos com os salgados.

Aproveitei para dar uma meditada na Bíblia. É saudável e recomendável em todas as manhãs.

— Mel amor?!  — é Marcos. Logo atrás vem Danilo, Gustavo e Albert. Esses quatro são os "homens da minha vida". São quatro almas que Deus entregou em minhas mãos para estar cuidando, todos são menores de idade. Os únicos "cristãos" é Marcos e Albert, na verdade, nem eles sabem qual sua verdadeira identidade, eles não sabem o que está buscando nos caminhos do Senhor. Deus tem uma grande, mas os mesmos não dão lugar para ela. No fundo, bem no fundo eles tem um coração quebrantado.

— Uau, que surpresa boa!  — digo tirando toda a minha atenção da palavra. — Bom dia, príncipes!  — dou um beijo em cada um.  — O que trazem vocês aqui?

— Você né?!  — Albert é o mais irônico do quarteto.

— Eu? Eita que lá vem coisa!  — digo assustada.