🎀Morgana Pontes
Estou numa reunião muito importante nesse exato momento com alguns patrocinadores. Bem antes, tive uma breve conversa com meu paizinho e ele me deu uma pequena ideia de...ultrapassar. Nossa, que menina má!
— Você já errou em mentir que ela teria uma semana para assinar aquele bendito papel. — reclama.
— É que... — meu pai tenta me defender.
— Por favor. — o patrocinador estende a mão. — Paciência. Errou muito feio senhorita Morgana, sei que estás ansiosa para construir essa loja, assim como todos nós, mas já começou mal.
— Isso mesmo. — diz outro. — O que precisamos ter em mãos, é somente a assinatura de...uma tal de Melissa Motta, porque a dona de maneira alguma irá aceitar. — explica.
— Se você conhecesse Melissa, iria querer matá-la. Dizem que aquele lugar também faz parte de sua história. — resmungo.
— O senhor não vai dizer nada presidente? — pergunta o patrocinador ao líder supremo da minha fábrica parceira.
Esse homem aparenta ser extremamente bravo e focado no seu trabalho. Não carrega no olhar a injustiça, isso é notório.
— Eu só acho que devo estar em minha casa nesse exato momento, ao invés de perder tempo com um bando de homens de terno e gravata querendo colocar um Centro, que é uma referência para essa cidade, no fundo do poço. Um lugar onde acolhe dezenas de pessoas que não tem famílias, que não tem o que comer...vocês precisam passear uns tempos na miséria para saber o significado da palavra superação! — diz com um olhar endurecedor.
Todos naquela mesa ficaram calados. Inclusive meu pai que tira onda de mandão, mas que no fundo é um grande merda.
— E o que o senhor sugere? Que compremos outro terreno? Essa mulher perdeu uma aposta valiosa! — pressiona.
— Aposto que foi vítima de um golpe. — levanta-se. — Faça o que vocês quiserem, mas não coloquem meu nome no bolo. — se retira.
Velho nojento!
— Bom, agora quem vai receber reclamações sou eu quando chegar no escritório. — afoga a gravata. — Morgana? Agora você já sabe o que fazer né?
— Não. — reviro os olhos.
— Ótimo! Boa sorte. — se retira e todos os outros o acompanha.
— Filha? — meu pai sussurra, checando se todos já saíram.
— Já sei. — indago.
— Você precisa falsificar essa assinatura com urgência. — diz.
🎀💜
Melissa Motta
Fiquei observando aquele papel que Morgana havia me entregado. Infelizmente não sei mais o que fazer.
— Mel? — entra Pamela, uma jovem de dezesseis anos.
— Sim?
— Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? — pergunta preocupada.
— Não. — sorrio. — São coisas que quando você for adulta, irá entender.
— Ok. — aproxima-se e senta na cadeira. — Já se sentiu vazia por dentro mesmo sabendo que Deus é o preenchimento?
— Sorrio e encaro a mesa. — Claro que sim. É uma sensação horrível. Quando eu tinha depressão, sentia isso direto! Não que você esteja.
— Ontem eu estava muito contente, mas hoje acordei sentindo esse vazio, estou triste, querendo chorar e fugir pra bem longe. — explica.
— Nossa alma inquieta que quer sempre a atenção de Deus. As vezes, a nossa alma reflete sobre o que está acontecendo nos dias atuais, nosso passado, as feridas cicatrizadas no coração, a dor e...
— Tá falando do Espírito Santo? — pergunta com os olhos brilhantes.
— Em parte. — sorrio. — Por Ele ser Santo e não querer se contaminar, por na maioria das vezes nosso corpo (templo) ser sujo, Ele sente falta de casa. Ele geme por Deus e não percebemos isso, deixamos a nossa carne falar mais alto.
— Esse assunto é de se emocionar. — diz.
(...)
É horrível passar a tarde inteira dentro de um escritório orando e se afogando em pensamentos. Só queria encontrar uma solução em que eu não pudesse passar a frente de Deus. Porém tudo, tudo, tudo que eu fizesse, estaria ultrapassando.
— Melissa Motta? — Morgana entra com uma cara bem fora de normalidade.
— Oi? — encaro-a.
— O que aconteceu? — se mostra preocupada. Tem algo estranho aí.
— Nada. — ergo as sombrancelhas.
— Aproxima-se e senta. — Você precisa se tratar, tão nova e já está com olheiras. — comenta. — Pelo visto trabalha suado.
— Me diz logo o que você deseja. — indago.
— Nossa, que grossa! Eu vim em paz. — se defende. — Primeiramente quero um copo d'água.
Não acredito que vai me fazer levantar.
— Já volto. — suspiro.
Fui até o balcão da cozinha e pedi uma jarra bem gelada. Depois voltei e a encontrei mexendo no celular.
— Pronto, agora se sirva. — coloco a jarra na mesa.
— Como vai a assinatura do papel? Já se passaram uma semana. — diz.
— Quero te sugerir algo. — digo. Ela balança a cabeça para eu prosseguir. — Quero que passe uma semana aqui conosco para descobrir o que fazemos, deixa eu te mostrar o quanto esse lugar é importante para mim e para todos os moradores daqui de dentro...
— Melissa...
— Por favor! Prometo que se em uma semana eu não consegui te convencer... — engulo o seco. — Assino o papel.
— Não acredito em cristãos. — revira os olhos.
— *A palavra do crente é sim, sim, não, não, passar disso, é procedência maligna. — digo.
— Mas você só tem dois meses para assinar esse papel. — ergue as sombrancelhas.
— Então você mentiu não é?
— Isso não vem ao caso. — indaga.
— Então...dois meses para eu lhe provar isso. — falo.
— Está bem, mas com uma condição: quero o melhor quarto e bem longe desses pirralhos. — explica com desdém.
— Vamos disponibilizar. — levanto da cadeira e dou um abraço bem apertado nela.
— Me solta, garota! — grita.
❤❤❤
*MT 5:37
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Herdeira II - Manual de Batalhas
SpiritualObra concluída ✔️ Se você não conhece o primeiro livro, aconselho que feche esse e vá até o meu perfil, senão, não compreenderá a história. Obrigada. A missão de Melissa aqui na terra ainda não terminou. Deus disse que muitas pessoas precisariam del...