❤ Você está lutando numa batalha que já foi vencida ❤

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No dia seguinte...

Acordei com um barulho vindo da cozinha. Olhei para o lado, porém Taylor não estava na cama.

Bom dia, Espírito Santo! 

Levantei, esfregado as mãos nos olhos e caminhando em direção a cozinha. O que será que ele está aprontando?

— Te acordei?  — me olha assustado.

— Digamos que sim.  — bocejo.

— Desculpa amor, só queria levar um café bem quentinho pra você. Afinal, seu dia foi bem estressante ontem, não é?  — pergunta manhoso.

— Tipo isso.  — respondo ainda preguiçosa.  — Espera um pouco.  — volto para o quarto, para fazer minha higiene matinal.

Taylor é um tipo de pessoa que não deixa de ser carinhoso. Mas quando é para ficar bravo... saí de baixo! O estresse dele é tão engraçado, porque é momentâneo. Na mesma hora ele volta, pede perdão e começa a dar risada do que acabara de acontecer. Já eu não. Sou o tipo de pessoa que leva dois dias sem falar com a outra por causa de besteira, mas ao mesmo tempo quero que ela venha me pedir perdão, porque não tenho coragem e porque sou orgulhosa (só um pouquinho vai!).

(...)

Sentei-me na mesa para tomar o café da manhã feito pelo homem da minha vida. Ele não parava de me olhar, parece que queria me perguntar algo.

— O que foi?  — pergunto já incomodada.

— Nada não.  — responde. 

— Amor, eu te conheço.  — seguro em suas mãos.  — Você quer me dizer algo, mas não está com coragem. É sobre filhos?

— Não. Eu já entendi que não dá. Já entendi que seu trabalho é mais importante que a felicidade de gerar uma criança, sei lá, só acho que essa casa anda muito silenciosa. Bem pior que o cemitério. — levanta-se e caminha direto para o quarto.

Meu coração partiu ao ouvir isto. Por que ele tem que mudar de humor toda hora?! Mais um problema para ficar infiltrado na minha mente; mais um para martelar meu psicológico. Por que ele não me compreende. Seria pedir muito?

Preciso ligar para minha mãe;
Preciso conversar com ela.
Sim. Eu vou fazer isso.

Pego minha bolsa e coloco dentro do carro.

Chegando lá, senti aquele cheirinho de terra molhada. Aquilo sempre foi bom as minhas narinas, eu amava regar o jardim pela manhã quando pequena. A casa está do mesmo jeito.

— Família?  — tranco o carro.

— Jesus!  — ela coloca as mãos na boca, surpresa.  — Amor, olha só quem está aqui!  — chama meu pai.

A felicidade era tanta que comecei a chorar com aquela cena: os dois de cabelos brancos, tão animados ao me ver.

— Louvado seja Deus!  — meu pai grita.

Por fim, demos um abraço coletivo, bem apertado. Eu precisava desse carinho, desse mimo, desse amor.

— Vamos entrando querida.  — ela diz com as mãos apoiadas sobre meu ombro.

— Nossa... que saudades de vocês. — falo, ainda emocionada.

— Nós também querida, entendo que seu tempo é bem curto. Os finais de semana é bem legal, mas não é a mesma coisa. Agora...tenho que sair.  — ele explica.

— Vá com Deus pai.  — beijo sua testa.

— Amém. Tchau querida.  — deposita um selinho em minha mãe.

Herdeira II - Manual de BatalhasOnde histórias criam vida. Descubra agora