"Se sentindo sozinho?
Coração cansado de clamar?
Espera no Senhor e confia"🎶💕
🦁🦁Algumas semanas depois...
Melissa
Karoline precisou passar por uma cirurgia antes de ter alta. Graças a Deus, ocorreu tudo bem. Hoje, ela virá aqui no Centro, conhecer as pessoas e a mim. A mesma já sabe que eu estive ao seu lado durante seu processo de recuperação, mas nunca me viu pessoalmente.
Estou bastante ansiosa para ter uma conversa com ela. Laís, foi ao seu encontro pedir perdão e tudo ocorreu bem.
Procurei conversar com sua mãe em relação a depressão e ela foi super atenciosa, parecia estar interessada e disposta a cuidar.
É interessante como Deus cria situações para mudar as pessoas.(...)
— Você é muito mais bonita pessoalmente. — fala.
— Obrigada, você também é linda. — digo. — Bom, espero que tudo que iremos conversar, infiltre na sua mente e coração.
— Um conselho vindo de você... não tem como não infiltrar. — sorriu.
— Karol, os conselhos que saem da minha boca não são de mim. Deus é quem vai conversar contigo aqui, hoje. Quero começar te perguntando a cerca da sua vida. Desde quando descobriu a depressão?
— Desde pequena. — se conforta na cadeira. — Minha mãe me criou depois de meu pai ter abandonado. E ela não se conformou com aquilo, acredito que não foi fácil para a mesma, mas cresci apanhando. Eu cresci levando as surras que meu pai deveria ter levado, toda sua raiva, ela descontava em mim. Se perguntasse por ele eu apanhava. Se meu irmão perguntasse, ela dizia que eu havia comentado sobre meu pai e assim, apanhava de novo.
E acredito que cresci revoltada, carregando fardo em vão, blusas longas pra ninguém ver as marcas do sofrimento, por fora sorrindo, mas por dentro estava totalmente destruída. Porque não era uma surra qualquer, era com vários objetos diferentes; tamanhos variados. Surgiu o tempo que cansei de fingir que eu estava bem, e nesse mesmo tempo, as palavras de maldições que ela soltava... todas pegaram em mim. Uma vez, me chamou de fracassada. Tomei posse.
Conheci alguns cristãos que falou de Cristo para mim e eu aceitei. Me entreguei de corpo e alma, aquele fardo pesado havia saído, não queria mais saber da tristeza. Eu estava firme. Mas como tudo tem um "porém"... chegou um tempo que minha mãe ficou irreconhecível! Acredito que não era ela dentro de si. Talvez, o inimigo das vossas almas: começou a se levanta contra minha vida, dizendo que a Igreja não iria me fazer escapar da ira dela, das suas afrontas e acabei me afastando. Até hoje, estou afastada.
O vazio tomou conta do meu ser, a amargura, o ódio, rancor, cicatrizes e o nome de tudo isso: depressão.— Acredita no amor? — pergunto.
— Acredito no único Amor. Só não acredito que um dia serei amada por alguém, tenho medo de passar pelo mesmo que minha mãe passou. — explica.
— Tem saudades de senti-lo?
— Tenho. Muita.
— Muito bem, talvez seja idiotice o que vou mandar você fazer, mas...depois eu te conto. — levanto-me e pego uma folha de caderno e uma caneta. — Neste papel, você vai escrever sobre a depressão: o que ela faz com você? Responda e depois me entregue. Enquanto isso, vou na cozinha pegar um lanche pra gente. — sorrio e me retiro.
Minutos depois...
Ela já havia terminado de escrever. Minha intenção não é ler o papel em sua presença.
— Muito bem! — guardo em baixo das minhas pastas.
— Você não vai ler? — pergunta.
— Agora não. — sorrio. — Quero que me responda o seguinte: o que sentiu enquanto escrevia?
— Um alívio! Que truque foi esse? — gargalha. — Confesso que me deu vontade de rasgar a folha, pois são sentimentos que...que...quebram a alma. É como se um vidro dentro de você, caísse de cem metros, causando um barulho muito alto! Mas ao mesmo tempo... é como se aquele vídeo precisasse ser quebrado, te dando um acesso ao ar livre, lhe tirando do sufoco da alma...Melissa...
— É como se você estivesse dentro de uma jaula, mas só que de vidro e dentro dela a água que cobria todo seu corpo, lhe impedido de respirar?
— Isso! Exatamente. Só que...mesmo que eu tenha essa impressão, penso que é passageiro e que logo aquela jaula voltará novamente, me fazendo mergulhar até o mais profundo mar de solidão e me deixando lá; sozinha.
— Negativo. — digo. — Vamos supor que em cima da sua cabeça, tenha um balão flutuante com a palavra "medo". Peguei uma agulha: estourei. Isso significa que é a primeira coisa a ser quebrada. Agora me acompanhe. — ela se levanta e me segue. Conduzo até o áudio. Lá, separei vários balões de ar, com palavras que toda pessoa depressiva sente. — Todas aquelas palavras ali, é o que se passa dentro dessa cabecinha! — toco em sua cabeça. — Agora, te darei esta agulha e você vai estourar todas elas, dizendo em voz alta o que está escrito. Vai lá!
♥🦁😱
Karoline
Sinto cheiro de libertação. Ao segurar aquela agulha, me senti determinada! A cada passo que eu dava, mais perto ficava daqueles malditos balões que definiam meus pensamentos.
— Karol! — Melissa grita. — Continue andando: antes de tudo, vença você mesma! A atitude de se libertar é essencial. Está vendo essas correntes nas suas mãos? Você tem a chave! Ei, pega a chave, abra e se livre delas! Você pode! Você que manda!
Aquelas palavras me empurraram para mais perto do balão.
— Inútil! — furo o balão e grito em voz alta.
— Fraca!
— Você não consegue! — as lágrimas vem para dar um brilho a essa cena tão impressionante!
— Lixo!
— Destruída!
— Infeliz!
— Ninguém te suporta! — paro um pouco pra respirar.
— Ninguém te entende! Ah, eu não aguento mais Melissa! — grito, mas ela não estava mais na cadeira do auditório. De repente, na fileira da frente, aparece um homem, sentado, apontando para o próximo balão.
— Eu quero morrer! — estouro.
— Jesus, me ajuda! — estouro e olho novamente para a fileira da frente. Aquele homem ainda estava lá, brilhando.
— Solitária!
— Eu te amo, filha minha! — paro e fico encarando aquele balão. Dessa vez, me prostro e começo a chorar. E sim, as lágrimas saiam junto com a dor.— Me lembrei daquela frase: "[...] Eu reconheci que não vale a pena deixar que a tristeza, que o vazio faça do nosso corpo o que ele bem entender, foi necessário dar um passo para que o nome de Deus fosse louvado, mas antes de dar esse passo, Ele me convidou a darmos juntos."
— Eu amo o capítulo do livro em que você escreveu isto. — falo chorosa.
— Guerreira, hein?! — sorri.
— Eu? — sorrio.
— Sim.
— Cadê o homem da plateia? — procuro.
— Acho que...Ele entrou aqui. — coloca a mão no meu coração. — E não vai sair nunca mais. — ela me abraça.
66.
Me deixa passar pelo vale pra mostrar que está comigo 🎶♥🦁
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Herdeira II - Manual de Batalhas
EspiritualObra concluída ✔️ Se você não conhece o primeiro livro, aconselho que feche esse e vá até o meu perfil, senão, não compreenderá a história. Obrigada. A missão de Melissa aqui na terra ainda não terminou. Deus disse que muitas pessoas precisariam del...