Cap. 13

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- Desculpa a bagunça, Bert. - Kurt disse arrumando os panos em cima da cama, chutou uma sacola meio suspeita para debaixo dela. - Geralmente mal venho em casa... Quer beber ou comer?
- N-não, tô tranquilo. - Eu disse ainda muito tímido. - Aqui parece ser legal... - Continuei, enquanto ele tentava me esconder mais coisas.
- Hmn... Você ainda não me contou o que houve com seu rosto. - Apontou a cama para que eu sentasse, sumiu por alguns minutos e depois voltou com um pouco de gelo.
- K-kurt, não precisa... - Eu disse já sentindo a frieza em minha bochecha.
- Deixe-me cuidar de você. - Ele disse fofamente depois de um breve silêncio. Aposto que meus olhos brilharam no momento, apenas fixei eles no quanto Kurt estava concentrado em mim.
- O-obrigado, Kurt. - Fiz ele parar e me abraçar, me aconcheguei como sempre faço.
- Vou fazer chocolate quente. - Ele disse se levantando, o segui, não queria me sentir só, e logo o quarto de Kurt era meio pertubador. As paredes eram escuras, tudo era escuro. Tinham coisas guardadas em sacolas para todo o canto, e fazia um pouco de frio.

- Hmn... Onde estão seus pais? - Perguntei pra quebrar o silêncio instalado com o chocolate.
- Vi-ajando. - Disse um pouco confuso, colocando o dele na xícara.
- É por isso que não fica muito em casa? - Eu disse dando uma vista na cozinha quase parecida com o quarto.
- É por aí. - Ele disse dando um gole longo, talvez ele odiasse ficar naquela casa enorme e sem ninguém.
- E pra onde você vai? - Ele sugou o ar, me olhando pensativo. Depois de alguns minutos, partimos no carro para seu refúgio, era tipo um galpão ou depósito, ou um prédio abandonado.

- Fala galera, esse aqui é o Bert. - Ele disse, tinha muita gente, uma música alta e barulhenta me esquentava. Todos eles estavam fumando e bebendo, tinha uma pista de skate no fundo. Todos me cumprimentaram, eu não fiquei totalmente tímido, só me escondi atrás de Kurt. - Vou levá-lo pro quarto, tá legal?
- Espera, Kurt... Ele é seguro? - Uma branquela do olhar azul cristal sussurrou em seu ouvido.
- É claro que sim, Katy. - Ele rebateu segurando minha mão mais forte.
- Não vá logo metendo o pau nele. - Ouvi um garoto falar rindo, minha bochecha virou brasa, Kurt também riu.
- Calem-se, saiam da frente. - Empurrou a tal Katy, não quis saber o que "seguro" significava. Uns segundos a pé, depois de ultrapassar a multidão enfurecida e jovem, chegamos no tal quarto. Era pequeno e reservado, mas não era tenebroso quanto o da sua casa. Ele fechou a porta, trancando o barulho no lado de fora. Meu coração resolveu me bater por dentro. "Metendo o pau nele" ecoava no meu consciente... Mas acho qur Kurt sabia que eu era hétero. Sentei na cama o observando enquanto ele tirava o casaco. Vibrei bastante, eu nem soube o porque.
- O que está com vontade de fazer? - Perguntou me fixando. Eu queria fazer amor com Kurt. Espera, o quê?!
- ... Não sei. - Eu parei de focá-lo, pra piorar, ele sentou bem pertinho de mim.
- Olha... Você é virgem, e se eu arrumasse uma cocota pra você?

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora