Cap. 36

78 12 3
                                    

Ele não me viu, ainda bem, dei apenas meia volta com o maior cuidado do mundo. Tive que escolher entre pegar uma suspensão ou a humilhação do lado de fora... Naquele instante a humilhação pareceu melhor, então saí da sala. Ele não se preocupava com o avoroço que havia do lado de fora?! Que diretor idiota...
- Hey, garoto... - Eu disse pra um menino dos olhos azuis. - M-me empresta sua jaqueta?
- Não! Seu pervertido!!
- Te dou 10 dólares!! Quando eu encontrar minhas roupas, eu te dou 10 dólares.
- 30 dólares.
- 10 dólares.
- 25 dólares.
- 15 dólares.
- Feito. - Bom negociar com crianças! Peguei a jaqueta rápido enrolando na minha cintura, ainda precisava da touca. Eu vi um esconderijo perfeito em cima da árvore principal. Eu me soquei lá até as aulas acabarem, ou seja, quase à noite.

- Hey, Kurt... - Sussurrei assim que o vi, parecia ser o último a sair dali.
- Robert?
- Aii odeio quem me chama assim. Aqui em cima!
- Aonde você está? - Ele disse procurando nas suas laterais.
- Aqui... - O galho resolveu quebrar e eu caí com tudo no chão. Escondi minhas partes rápidamente, ele riu contido. - Não tem graça... Quero minhas roupas... Me ajuda a pegar? - Ele assentiu, me deu sua jaqueta pra colocar na frente e a camisa. Ainda tinha alguns funcionários.
- Eles ainda estão lá dentro?
- Não, Bert, eles já foram... Vamos. - Aproveitamos a distração deles, Kurt me puxou pela mão rápidamente, entramos no banheiro, me desesperei ao procurar e não ter nem pistas.
- Ah não!! Não!! Que inferno!! - Chutei o box, minhas roupas não estavam lá, eles tinham levado!!
- Calma, Bert... - Kurt disse me tocando no ombro.
- Quem está aí? - A funcionária da limpeza berrou. Agora fodeu tudo de uma vez só!
- Ali, Bert, depressa!! - Me ergueu pra pular a janela, depois eu ajudei a ele. A mulher bateu a porta do banheiro e procurou de box em box, saímos correndo antes que olhasse pra fora da janela. Quando eu acordaria daquele maldito pesadelo?!

- Não olha pra mim. - Eu disse, por razão das circunstâncias, tive que entrar no carro dele e permitir que me levasse pra casa.
- Ok, tudo bem. - Ele disse meio constrangido, arrumei mais a jaqueta que me "vestia", mas era realmente um sucesso, e era difícil escondê-lo. Ficamos em um silêncio altamente constrangedor, levei minhas mãos aos olhos chorosos. Eu sabia que Kurt poderia dar um jeito nisso, mas não sabia o que eu realmente queria.
- Muito obrigado, Kurt... Pela ajuda. - Apontei, ele riu agraciado, saí correndo do carro antes que algum vizinho me notasse e entrei em casa. A primeira pessoa que vejo é Martín.
- ONDE ESTÃO MINHAS ROUPAS?! O QUE FIZERAM COM MINHAS ROUPAS, SEU IDIOTA?! - Não aguentei minha subraiva e parti pro pescoço de Martín... E eu me sentia super!! - ESTOU CANSADO DE VOCÊS SEMPRE ME HUMILHAREM!! - Minha vestimenta improvisada caiu, eu me joguei no corpo dele.
- Está mostrando as garras, Maria Chorona?!
- Cala a boca, seu verme...
- Vai, Bert, bate na minha cara, eu sei que você quer... - Estava em cima dele apontando meu punho. - Bate, bate com toda a sua força...
- Não sou como você. - Eu disse respirando ofegantemente, ele riu com ironia, então agarrou meu braço nos trocando de posição.
- Você é patético... Confesso que não tem graça se ninguém vem revidar, McCracken...
- Você é um mimadinho de merda. - Eu disse confiante. - Você não quer admitir que está ... Pobre!!
- Hggrrt!! - Levei uma sequência de socos fortes no meu rosto.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora