Cap.16

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- Aqueles manés vão pagar por isso. - Kurt me tirou dali, estávamos dentro do carro. Juro, confessar tudo pra Kurt me livrou de um peso enorme. - Além de te machucarem, fazem você mesmo se machucar? - Assenti penoso, eu não tinha a melhor família, a última coisa que fazem é cuidar de mim... - Tem que prometer que nunca mais vai fazer isso, Bert. - Disse, pegando minha mão. Minha bochecha pegou fogo. - Promete? Eu vou cuidar de você, Bert. Não vou deixar ninguém te machucar. - Se aproximou sussurrando em meu ouvido, arrepiei ao máximo. Involuntáriamente o abraçei, correspondido.
- E-e quanto a você? - Eu disse, ele suspirou.
- Não prometo nada... - Olhou pro chão do carro.
- Kurt, eu nunca vou te deixar sozinho, vou seguir você por onde você for.
- Tem certeza do que está dizendo? - Ele perguntou, pareceu bastante incompreensível.
- Você é o único amigo que eu tenho, o melhor que alguém poderia ter, Kurt. Você é importante pra mim, e-eu não...
- E-eu não? - Interrogou, seus olhos secaram com essa declaração. Só queria fazer com que Kurt não se sentisse sozinho. Ele tinha a mim.
- Eu não seria nada sem você. - Foquei o parabrisa do carro, ele deitou em meu ombro.
- Bert... - Ele me chamou doce. - Obrigado. -  Aquele momento foi lindo, mas nenhum de nós prometemos nada. Senti seus cabelos arrepiarem meu pescoço, percebi que tinhamos dormido levemente.

O sol esquentou nossos rostos, Kurt se afastou com um pouco de vergonha. Despertei quando o senti seu peso se dissipar de mim. Droga, queria que aquilo nunca acabasse. Ele esfregou os olhos com paciência, o dei um beijo na bochecha me agarrando em seu braço. Eu tive liberdade pra isso?! - Ele fez uma careta de surpresa.
- Vou te levar pra casa, Bert. - Ele disse dando um arranque.
- O-obrigado pela roupa. - Ele deu um riso mínimo. - E pela noite.
- Ahh e aí, como foi com a Georgia?! - Vibrou.
- Ahhn foi ótimo, K-kurt. - Me afastei, levando meu olhar pra fora.
- Hmn aposto que agora seu leão tá solto, não é mesmo? - Ele disse rindo.
- Tá, tá sim, agora eu vou pegar geral. - Menti tão empolgado quanto ele, parou pensando um pouco.
- Você pegou ela mesmo? - Sussurrou.
- Sim, eu peguei. - Disse confiante...
- Que ótimo. - Ele disse, um pouco sério.
- Qual é a das serpentes? - Eu perguntei depois de um breve silêncio.
- Ahh, as s-serpentes? - Ele voltou o olhar pra mim. - Eu adoro. São encantadoras, lindas, poderosas.
- Venenosas... - Completei.
- Mortíferas. - Riu malvado. Me assustei com aquilo, mas tudo que fiz foi rir, até que me veio a estupenda ideia!!
- Vamos falar sobre serpentes?!!
- No que? - Ele perguntou incompreendido.
- No trabalho de biologia, isso é ótimo, Kurt. - Eu disse animado.
- O que aconteceu com os animais marinhos?
- Ah, eles são muito chatos. - Gesticulei, ele riu perfeito. - Você deve saber muito sobre eles, certo?
- Sei sim, vou adorar falar sobre minhas filhas. - Ele disse pegando em minha mão sem querer. Eu me apertei naquele toque. - Desculpa, está tudo bem? - Cruzei minhas pernas de novo, minhas bochechas estavam quentes.
- Não, nada. - Eu disse no mínimo envergonhado, minha cabeça girava horrores por causa disso, toda vez que eu me empolgava demais com Kurt e eu simplesmente não conseguia entender porque.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora