Cap. 46

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Últimas Semanas

Eu passei rápido pelo corredor, todo mundo levou o olhar pra mim, alguns começaram a rir bastante contidos, outros já escandalosos. O que devería estar acontecendo? Tremi, pus meu olhar no chão, todos estavam rindo.
- Huumm, putinha do Kurt!! - Alguns alunos sussurraram, minhas bochechas esquetaram de vergonha, eles repetiram a mesma frase até eu me deparar com Martín.
- Putinha do Kurt!! - Marcelo me empurrou, me fazendo cair de quatro pra ele, todos se aglomeraram ao redor, todos rindo da situação, Marcelo começou a se movimentar em cima de mim, insinuando uma transa.
- Hey, para com isso... - Eu disse, me afastando, ele segurou meu pescoço.
- Cala a boca, viadinho, não é de rola que você gosta?!! - Ele vocíferou convencido.
- Não! Eu nem sei o que está acontecendo aqui!! - Me levantei e bati em seu peito, bastante corajoso.
- Nós já sabemos da nojeira que fizeram no banheiro, idiota. - Marcelo disse.
- N-não, não fizemos n-nada. - Gesticulei ficando cada vez mais envergonhado.
- Eu tenho provas! - Martín sacudiu o celular, uma foto bem nítida.
- C-como você conseguiu isso?!! - Berrei nervoso, por isso que todos estavam rindo de mim.
- Só esqueceram de olhar as janelas... - Ele disse debochado.
- Não, não pode estar acontecendo... Não mais uma vez... - Eu disse, por isso que todos estavam rindo da minha imagem. Levei as mãos a cabeça, todos começaram a apontar.
- PUTINHA!! PUTINHA!! PUTINHA!! - Gritaram, Martín estava forçando o meu pescoço até meu rosto tocar em seu membro, mas fui forte o suficiente pra me afastar. Me lembrei que o desejo que eles tinham era de me estrupar, ver todo mundo rindo e me chamando daquilo fez meu interior aquecer, rosnei bastante intenso, apertei as mãos em punho e saí correndo. Kurt estava na porta, alguns estavam zombando dele também.
- Vamos acabar com a festa deles. - O puxei fungando. Já que não vamos nos divertir no baile, ninguém mais vai.

Fase 1: Preparação. Eu treinei muito mais intenso depois daquele episódio, nem necessitamos pisar na escola mais uma vez, só o fazíamos pra não deixar pistas. Era um pesadelo, cada olhar torto que se dirigia a nós. Eu analisava bastante os rostos, eu esperava deixá-los banhados de sangue, meu coração nunca esteve tão irritado assim antes.
- Vamos? - Kurt puxou minha mão para o parque mais uma vez, nos divertiamos como sempre, ele me fazia esquecer brevemente de toda a fúria e o ódio que a escola havia me dado. Avistei um estande de tiros! Kurt pagou rapidamente o cara e se apoiou atrás de mim.
- Não!! - O afastei, ele ficou surpreso. - Eu consigo fazer sozinho. - Dito e feito, eu derrubei as três latas, ganhei um ursão de pelúcia, a gente competiu pra saber quem derrubava mais. Acabamos com todos os prêmios do estande, mas o atendente ficou bastante feliz com tanta grana que demos pra ele. Afinal de contas, ele ganhou de mim. Jogamos os brinquedos no porta malas do carro, fomos escolher máscaras numa loja de fantasias, nos divertimos muito enquanto escolhíamos uma. Tiramos até fotos naquelas cabines.
- Buuh!! - Eu disse com uma máscara de fantasma, daquele do pânico.
- Ahh meu coração, seu idiota! - Ele deu um pulo de susto e eu ri desesperado. Depois de muito tempo na loja fantasia, nós vimos uma daquele boneco dos Jogos Mortais. Kurt logo se encantou, e eu segui a onda dele, a gente comprou.

- Aii, meu Deus, essa realmente me assustou, Bert!! - Ele disse levando a mão ao peito.
- Essa é minha cara original. - Eu disse zangado, ele riu escandaloso, eu ri também, era impossível não rir.
- Amei essa máscara. - Depositou um pequeno beijo em meus lábios.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora