Cap. 26

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Sentei na mesma cama, abraçando meus joelhos. Eu queria que eles sumissem trágicamente do mapa, pelo menos do meu mapa. Meu tórax estava doendo por causa da mesa a qual caí.
- Hey, você está bem? Você acabou desmaiando... - De repente ele se voltou preocupado. Acenei um sim.
- Está doendo. - Eu disse apontando meu tórax, de olhos fechados. Kurt me olhou extremamente confuso, senti suas mãos levantarem minha blusa.
- Uau. - Ele disse bastante preocuapado. - Está muito roxo, Bert. - Ele disse terminando de tirar a maldita blusa, eu estava chorando de dor, simplesmente. - ... Felizmente, seus cortes não abriram. - Fiquei sem graça e constrangido, seus dedos frios trilharam cada listra perdida pelo meu braço e abdômen.
- Auu. - Gemi, ele me olhou triste, e me deitou na cama.
- Já sei... - Ele disse, sumiu por uns instantes e voltou com um baseado. - Tome isso e com certeza vai ficar tudo bem.
- Kurt, isso é maconha. - Eu disse me levantando impressionado.
- Você pode confiar em mim, não vai se arrepender. Traga e solta. - Ele me disse, eu fiquei muito medroso e aflito. Maconha era uma droga poderosa. Ele riu de canto me observando, não podia ser tão fraco assim. Puxei só uma vez, quase sufocando, tossi. - Você é muito impulsivo, Bert, vai na calma. - Tomou de mim, me demonstrando.
- E se eu me viciar? - Devolveu o baseado, espalhando aquele doce aroma pelo quarto.
- Você tem a mim para seu vício. - Ele disse, parecia bastante seguro. Olhei pra ambos de novo. - Vai Bert, você consegue. - Eu fiz como ele fez, suavemente e na calma. Soltei a fumaça como naqueles post de Facebook. Minha cabeça começou a girar em colorido e a dor no meu peito se dissipou totalmente, eu começei a rir.

Acordei mais tonto ainda, aconcheguei em Kurt mais uma vez.
- Tá sentindo alguma coisa? - Ele soou preocupado.
- Um pouco de frio. - Respondi, ele nos embrulhou e me virou pra ficar rosto a rosto. A cama era bastante apertada, dava pra sentir tudo que havia dentro dos seus bolsos. Olhei rápido para o cinzeiro, e ainda tinha algumas garrafas.  - Que horas são, Kurt?
- Eu acho que são 3hr e algo... Se estiver muito chateado, não precisa ir pra escola.
- Eu tenho que ir pra casa. - Disse quase sem voz, ele assentiu, mas eu estava muito fraco pra sair andando. Depois dele me envolver com seus calorosos braços, adormeci.
- Ontem, você foi demais. - Ele disse rindo de canto.
- Você pode me fazer ficar melhor sem me embriagar, Kurt Cobain? - Disse rindo, eu não duvidava, com Kurt todos os meus dias são os melhores, mesmo com todos esses empasses.
- Eu posso, Bert. Mas... - Ele sussurrou baixinho, logo minhas bochechas esquentaram. - Eu tenho medo.
- Pensei que não tivesse medo de nada.
- Tenho sim... - Riu bobo. - Medo de te perder. - Abri meus olhos o encarando, ele estava fofo e rosado. - É muito importante pra mim, Bert, e eu não suporto o que eles fazem com você.
- Queria que sumissem. Às vezes, eu fico imaginando... Se eu pudesse me vingar de Matín como naquela música...
- Te faria ficar melhor? - Ele perguntou se arregalando.
- Ahh com certeza. - Eu disse rindo, ele mordeu os lábios.
- ... Porque não tentamos? - Ele disse se aconchegando.
- Não podemos fazer isso. - Sussurrei pra mim mesmo.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora