Cap. 38

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- Você estava certo... Eles só vão parar quando morrerem. - Bebi minha cerveja simples. - Não posso mais lidar com isso.
- É realmente muito bom te ouvir dizer isso, Bert. - Ele disse após guardar minhas coisas.
- Não quero sofrer até este maldito dia chegar, temos que fazê-lo chegar.
- ... Você tem certeza do que está dizendo? Nós vamos pro inferno, Bert. - Se acocou na minha frente, pegando minha mão livre.
- Eu não vou me importar de puxar eles comigo. - Eu disse rindo com o olhar cheio de lágrimas.
- McCracken... Que bom que está de volta. - Katy disse se aproximando. - Tem muito do que se desculpar, viu?
- Sinto muito, Katy, mas você também devia ter me contado desde o princípio.
- Eu tentei te avisar. - Deu de ombros, rimos. Kurt passou seus dedos frios na minha pele rosada da bochecha.
- Filho da puta... Finalmente vou poder massacrá-lo... - Assenti, eu não me importava mais.
- ... Como vai funcionar, Kurt? - Fiquei curioso, olhando em seus olhos.
- Bom, temos cinco fases, a preparação, a invasão, a execução e o encobertamento das pistas.
- ... Ué, e a quinta fase?
- A última é ir pro inferno, é mais demorada. - Rimos. - Ahh é tão bom te ter de volta, Bert.
- Me desculpa? Você precisa de mim pro seu tratamento, e eu te excluí da minha vida...
- Não precisa, Bert, você não fez absolutamente nada contra mim. - Nos encaramos encantadoramente, sabe, quando um consegue ver a alma do outro.
- Bom, Kurt, eu tô indo pro cinema com a Tay, eu volto mais tarde. - Katy disse querendo nos deixar a sós.
- Ahh tá bem... - Ele disse fechando a porta. - Hmn... Acho que vamos ter que dormir juntinhos, Bert...
- Eu não gostaria que fosse assim, mas se tem que ser assim... - Eu disse rindo, me deitando de lado pra ele poder deitar também, nos aconchegamos mais e mais, era isso que me dava vida.
- Eu senti tanto sua falta... Mas o que te fez voltar assim tão de repente?
- Martín me atacou em casa, dói só de lembrar...
- Sim, eu sei... - Disse acariciando meus braços.
- Aquele babaca tinha algum problema com o pinto dele, eles queriam me estrupar, e Martín era o único que não podía. - Kurt ficou calado. - Por causa disso, ele enfiou uma vassoura em mim... - Eu disse tremendo de raiva.
- Que absurdo, Bert, como você está?!! - Me tocou aflito.
- Agora, eu tô bem, Kurt, não se preocupa.
- Tá doendo? - Soou bastante preocupado, se erguendo.
- Está, Kurt... Mas eu consigo suportar... Ao seu lado. - Ele corou e se deitou ao meu lado de novo, me aconcheguei novamente.
- Agora vou fazê-lo morrer de um jeito bem lento, estou com ódio dele.
- Vim aqui porque sabia que iria te provocar. - Mordi meus lábios, ele me envolveu e riu perfeitamente. - Eu tenho a raiva e você a morte.
- Eu acho que você deveria matá-los.
- Porque eu... - Perguntei incompreendido.
- Porque a vítima é você... Não seria ótimo Martín implorar por vida pra você? - Seria, claro, eu me imaginei segurando uma arma, apontando claramente a sua maior vergonha, ele pedindo tão confuso e medroso, como eu faço, pra poupar sua vida.
- Você está certo... Hey, que banda está tocando agora? - Disse já caindo no sono.
- É uma que se chama The Used... Hey, o vocalista tem quase o mesmo nome seu... Só que ele é Bert McCrackin, e você Bert McCracken!! Isso não é louco?
- É louco sim! - Eu disse rindo. - E ele parece cantar muito bem. - Adormeçemos.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora