Cap. 9

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Resolvi fazer o trabalho logo. Kurt me protegeu a semana toda, ele merecia ter um agrado da minha parte, então faria essa droga impecávelmente. Sentei no computador pra pesquisar algo interessante sobre animais aquáticos. Eram fascinantes e espetaculares, por mais que eu odiasse o mar e tudo que tem nele. Vi algumas fotos de lulas e polvos, eram aterrorizantes!! Vi meu documento no Word aberto, não tinha nenhuma palavra. Qual é, Bert... Tem que fazer isso. Fiquei cansado, peguei um pouco de café pra ficar desperto. Tinha o máximo de concentração possível, até Martín me interromper com uma música extremamente alta.
- Hey... Martín... - Chamei atordoado, ele fingiu que não me ouvia. - Eu tenho um trabalho pra fazer, poderia não fazer barulho?! - Fui direto ao ponto. - MARTÍN!! MARTÍN!! - Joguei um lápis nele, ele olhou homicidamente pra mim.
- LENNA!! BERT ME BATEU!! - Ele esperniou, minha respiração começou a ofegar.
- O q-quê?! Mas eu nem cheguei perto!! - Disse me defendendo medroso, que falta me faz Kurt agora...
- O que está acontecendo aqui? - Lenna chegou logo me encurralando. - Martín é visita, você deve tratá-lo bem.
- Tá bem, mas eu preciso fazer um trabalho, e eu preciso de silêncio!
- Faz na escola. - Ela disse irônicamente. - Martín pode fazer o que ele quiser, tá bem, meu anjo? - Disse lhe dando um beijo na testa. - Qualquer coisa, avise a mim. - Saiu do quarto, Martín riu convencido, meu interior tremeu de fúria, apertei meus punhos. Queria mesmo ter batido naquele imbecil. Rosnei sem querer, peguei meu notebook e fui pro meu quintal, como um jato. Lá estava o meu maior refúgio. A casa de uma das árvores. Escalei com um pouco de dificuldade, era pleno, calmo e pacífico, perfeito para por o pensamento em ordem... Se eu não fosse tão medroso! Mas era aquilo ou nada. Me senti solitário o suficiente... Liguei o notebook e continuei as pesquisas, mas eu não tive tanta paciência, começei a chorar me sentindo bem patético e acabei dormindo ali mesmo.

Acordei, ainda eram 6hrs, dei um grito confuso até pra mim. O notebook ficou ligado, naquela foto de um tubarão-martelo. Suspirei, eu podia pelo menos ser inteligente, ou pelo menos esforçado. Kurt vai reprovar e a culpa vai ser minha. Juntei minhas lamentações, fechei o not e me preparei pra descer. Esperei um pouco, pensando no quanto Martín tomou meu espaço. Eu já não tinha aproximação com minha família, agora que estou longe dessa conquista. Eu não era tão perfeito, ao menos pra ter o respeito da vaca leiteira chamada Lenna. Não era grande coisa, mas daria pra conviver.

Lembrei que Kurt já estaria na escola a essa altura, não hesitei em ir pra lá. Nunca achei a escola tão agradável antes. Entrei em casa sem olhar pros lados ou falar com alguém, já que ninguém ousa se importar mesmo. Peguei os materiais e fui, o avistei na fila do café. Confiantemente, me aproximei.
- Bert!! - Ele me puxou pelo passante da calça, fazendo nossos corpos se chocarem. - O que faz na escola tão cedo? - Perdi a fala, eu estava fugindo de casa... - Tá tudo bem? - Não, nada está bem!! Martín está fazendo me deserdarem, e ainda por cima há um trabalho pra uma semana que eu não consigo fazer.
- Claro...

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora