Cap. 24

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- O que você fez foi muito legal, Bert. - O loiro me disse, já caía a noite e eu resolvi voltar pra casa. Ri bobo de volta, ele ficou com a arma também.
- Obrigado por hoje. - Eu disse, ele me deu um beijo na bochecha, quase no canto da minha boca.
- Boa noite. - Disse caminhando para o horizonte.
- Boa... - Me despedi, virei pra minha amável residência, entrei sem fazer nenhum ruído. Nem Martín conseguiria destruir minha alegria. As memórias que eu construí naquela tarde nunca seriam esquecidas, talvez tenha sido o melhor dia da minha vida. Entrei direto no meu novo quarto, o quarto de hóspedes. Me joguei na cama mesmo empoeirada, deixei o loiro dominar meu pensamento, como eu me sentia perfeito e feliz ao lado dele, como minha mente parecia flutuar. Com certeza eu tinha o melhor amigo do mundo. Minhas mãos bobas começaram a formigar, hora de me divertir sozinho. Começei a rir feito um retardado mental, como se alguém estivesse me fazendo cócegas. Era mais ou menos a milésima vez que me masturbava pensando em Kurt.
- Será que ele também faz isso pensando em mim?! - Me ergui na cama, sentindo um calor insuportável. Parei com o que estava fazendo, desci mais minha calça... Minha mente se desdobrou, começei a imaginar como seria se Kurt estivesse em cima de mim, ahh eu começei a suspirar constantemente, meu toque se acelerou, na minha mente se passava aquelas mãos me tocando afoitas.

- Meu Deus, eu não sou gay!! - Despertei no meio da madrugada, suado. Entre minhas pernas algo extremamente volumoso, até me senti constrangido por isso. - Kurt... - Eu sussurrei, meu coração estava acelerado, minha respiração ofegante. Eu não podia acreditar que estava virando de lado, não queria admitir que estava me... apaixonando. Fui tomar um banho, passei muito tempo embaixo do choveiro e esqueci do que estava falando agora pouco. Vesti algo leve e fiquei só observando o tempo passar. Começei a planejar um slide, eu tinha decidido, afinal.
- A Cobra da Morte. - Era um nome interessante, com certeza Kurt não ficaria de recuperação com aquele trabalho, afinal, ele sabia tudo sobre serpentes. Anotei cada detalhe preciso em meu caderno, eu tinha perdido meu sono.

- Genial, Bert. - Ele falou, enquanto discutíamos qual era a melhor música de alguma banda legal. A gente tinha muito em comum. Sem querer, meu olhar parou em Alicia mais uma vez, Kurt apoiou o rosto.
- O que você tanto vê nessa garota? - Perguntou como se me dominasse.
- E-eu não sei... E-ela é linda, perfeita... É uma menina que me faz querer mudar tudo o que eu sou, me faz querer ser capaz de tudo... E eu não sou. - Abaixei meu olhar bastante penoso.
- Bom, eu acho que ela realmente não está nem aí pra você. E você mesmo disse que não tinha coragem pra ir falar com ela, então... Não tem porque você fitá-la tanto. - Puxou meu rosto para o dele, eu encarei seus olhos brilhantes, ele deu um riso perfeito.
- Só você. Só você. - Eu ri também. - Mas qualquer dia...
- Já decidiu sobre o baile? - Ele disse tomando um milkshake. Eu fiz uma careta bem desdenhosa, eu queria mesmo chamar Alicia. Kurt fechou o rosto de repente, os três patetas estavam se aproximando. Claro que Martín se misturaria com quem tinha seus interesses, e seu interesse era me humilhar.
- As bichinhas estão gostando do cardápio? - Teddy disse rindo. - Infelizmente, não se pode servir pintos.
- Cala a boca, seu mané. - Kurt disse, afastei os milkshakes, mas enfim, ele tinha um próprio.
- Você. - Martín o parou antes de fazer o súbito movimento. - Você me deu um soco aquele dia. - Bing Boing!
- E eu sou bem capaz de te dar outro. - Kurt se levantou o encarando.
- Não tenho medo dessa sua cara feia.
- E nem eu desse seu topetinho ridículo.
- Hey, se vai quebrar com a cara dele, faça isso logo. - Marcelo disse, todo mundo se avassalou, de repente virou um tumulto ao redor da nossa mesa, se olhavam com o olhar de fúria.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora