Cap. 47

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No dia seguinte, fomos shoppear atrás de ternos. Vamos invadir o baile com classe, pelo menos.
- O baile deveria se chamar "Noite Sangrenta". - Ele disse, nos perdemos entre as araras, era tanta opção que eu nem liguei muito, qualquer um servia. Ele entrou no provador e saiu desfilando pra mim, eu aplaudi rindo. Experimentou vários, até que no último ele saiu, encantando meus olhos, me enchendo de ternúria, ele estava parecendo um príncipe.
- Que tal esse?
- Você está incrível, Kurt. - Ele corou, apontou um perfeito para mim também. Testei e só de olhar no espelho, caramba, nem parecia eu.
- Nós estamos incríveis, Bert. - Ficamos lado a lado, me senti mais do que incrível, me senti glorioso... Depois de mais um dia de shopping, saímos cheios de sacolas, eu me divertia muito fazento tudo isso ao lado dele. Paramos pra tomar sorvete em algum lugar. Era tudo muito fofo.
- Será que vamos ter chance de ver o The Used?
- Você é muito fã deles. - Eu comentei meio irônico, ele riu de canto.
- Só o McCrackin sabe o tanto de ruim que já passei. De repente ele me trouxe você. - Lembrei da música fofinha que foi nossa trilha sonora.
- Nunca senti isso por ninguém antes, Kurt. - O encarei encantado.
- Vou dar tudo que você quiser. - Pousou a mão em cima da minha, rimos apaixonadamente. Vimos Marcelo tomar um rumo, nós o seguimos discretamente.
- Acho que a "Noite Sangrenta" vai ser aqui... - Eu sussurrei baixo para Kurt, Marcelo estava em frente a um espaço de clube enorme.
- É... Deve ser bem bonito lá dentro. - Ele devolveu tristonho. - Pena que não podemos entrar...
- Só porque não podemos, não quer dizer que não vamos. - Eu disse o puxando, demos a volta pelo clube procurando brechas, tinha uma árvore bem alta pelo lado de trás. Subimos por ela e pulamos pra dentro do clube, ultrapassando a cerca elétrica fácil, fácil. Kurt tinha razão, era um arraso por dentro, tinha uma área destinada aos vips, uma pscina reluzente, luzes coloridas para tudo que é lugar, um grandioso palco a espera da banda e uma pista de dança. Tudo isso deveria ser nosso, e não era.

Voltamos pro nosso clube, é difícil de entender porque as pessoas nos odeiam tanto, ficamos apenas frustados e chateados com tudo isso.
- Tive uma ideia... - Kurt me puxou, ele ligou o som bem alto, apagou a luz deixando apenas o jogo a nos iluminar. Estendeu uma garrafa pra mim. - Vamos fazer nosso próprio baile! E só você está convidado. - Me puxou pra colar o corpo no dele.
- Você é um gênio, Kurt Cobain.
- Me concede a honra? - Me chamou pra pista, e agitamos, agitamos muito, dançamos sozinhos a noite inteira, bebemos, fumamos, fizemos amor, nos sentíamos livres naquela noite, o mais liberto que eu posso me lembrar. Katy estava na casa da sua amiga Tay, então não havia ninguém mais que pudesse desmoronar a nossa alegria. Eu só tinha que curtir o momento com ele, o cara que eu passei a amar de repente, e o de repente transformou cada minuto em eternidade ao lado dele. Kurt me deixava bem, e eu sentia que iria o amar pra sempre.

ninguém quer dançar com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora