26 Pânico

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Voltamos para dentro e a cara dele melhorou significativamente enquanto ele me puxava pela escada até o quarto dele.

- Quero te mostrar uma coisa. – Ele sorriu, e abriu a porta do quarto.

Entrei desconfiada, e olhei para a parede de frente para a cama. Ele tinha instalado uma TV ali.

Olhei para ele derretida. – Ah, Léo...

Nossa uma coisa tão simples, e eu gostei tanto, agora a gente podia ficar ali assistindo filmes, muito mais confortável que no sofá da sala.

- Gostou? Agora minha cama é um sofá muito melhor pra gente.

Eu ri e o abracei. – Eu adorei. Pelo menos não vou mais pensar no seu quarto como abatedouro.

- Nunca foi. – Ele fingiu estar ofendido. – Nunca gostei dessa palavra, abatedouro, mas eu tenho que reconhecer que televisão aqui era um desperdício. – brincou ele.

- Posso imaginar.

- Vem, quer assistir lanterna verde comigo? – Ele riu.

Eu empaquei na porta do quarto.

- Isso é um convite pra fazer outra coisa, né? – Sorri para ele. – Pode esquecer, nem esse filme vai me fazer transar com você para não assistir.

Ele fez beiço para mim, e quase gargalhei. Fala sério. Lanterna Verde é claramente um convite pra não assistir.

- Tá bom, você me pegou. – Ele riu, e me abraçou – Homem-formiga, então?

Sorri para ele, e concordei.

Me joguei na cama, ele colocou o filme, e me abraçou. Tão gostoso ali com ele. E o filme era hilário, um dos meus favoritos, assisti com Du no cinema, duas vezes. E eu sempre gostava de rever.

***

Acordei já de noite, a TV estava desligada, e o Léo não estava comigo.

Saí do quarto, e ele estava no sofá lendo os papéis do Ivan, me aproximei, e me sentei ao seu lado colocando a cabeça em seu ombro.

- Por que tá lendo isso? – perguntei olhando para o papel.

- Por nada, só quero ver se está tudo certinho. – Ele se virou e me deu um beijinho. – Seu pai vai surtar...

- Esquece meu pai, Léo, eu vou falar com ele antes dos caras chegarem para ver o Lestat na segunda.

- Acho bom mesmo, gordinha. Ele não vai gostar nada disso.

Sorri, e coloquei minha cabeça no ombro dele outra vez.

- Eu vou ser da equipe, Léo. – estava quase surtando em pensar nisso. – Vou navegar com você. Dá pra acreditar? – Dei um beijo na bochecha dele. E ele se virou pra mim sorrindo, colocou os papéis atrás dele no sofá, e me abraçou, me beijando outra vez daquele jeito que destruía meu fôlego.

Ele me soltou sorrindo. – Quer Japa? Tô morrendo de fome.

Concordei olhando para a parede atrás de mim vendo o relógio marcando sete e meia da noite.

Ele se levantou, foi até a bancada da cozinha, e ligou para o restaurante fazendo o pedido. Me me arrumei no sofá para ver ele andando pela casa só de bermuda. Poxa, eu entendia a raiva que as outras garotas sentiam de mim. Ele era o parque de diversões delas, e de repente eu era a fiscal do mal, que trancou os brinquedos... Ah se eu pudesse... Se eu não fosse tão... Louca. Eu poderia estar aproveitando isso tudo. Mas por mais que eu quisesse, por mais que meu coração disparasse cada vez que sentia seus braços ao redor de mim... Ainda não dava...

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora