16 Piscina

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Eu acordei no sofá, com a cabeça no peito dele, encolhida no canto, e ele esparramado, com um braço para fora, e o outro no meu ombro.

Me sentei, saindo de cima dele. Meu Deus, como eu conseguia simplesmente dormir assim, do nada?

Olhei para o relógio, e ainda eram cinco da manhã, eu estava morrendo de sono, mas não resisti em ficar olhando para ele.

Que coisa mais doida. Eu ali, olhando para ele dormindo... Tão diferente do que ele é, ou era... Nem dava para acreditar que aquilo não era coisa da minha cabeça. Voltei minha cabeça para o lugar que acordei, e dei um beijinho no peito dele.

Ele se mexeu, e me apertou contra ele. – Ta acordada, é? – sussurrou.

Sorri. – Tô.

Eu não queria ter acordado ele. Todo mundo falava que ele tinha problemas para dormir. Ele nunca me disse nada, mas em certas corridas, percebia o quanto ele ficava cansado. Minha implicância sempre levava a acreditar que fosse por causa de tanta farra.

- Vamos lá pra cima, minhas costas estão quebradas.  – Ele se sentou com cara de sono, mal abrindo os olhos.

Pensei um pouco, e realmente aquilo não era nada confortável.

- Você vai se comportar? – falei baixinho.

- Elise, eu vou dormir... – resmungou.

Eu ri, e me levantei, ele passou o braço por meus ombros, e subimos cambaleando pela escada até o quarto dele.

Ele se jogou na cama e me puxou junto. Caí em cima dele, e ele me passou para o outro lado da cama, meio que com os olhos fechados de tanto sono.

Minhas costas agradeceram, quando me deitei reta na cama, senti ele me envolver com os braços, tive medo, mas a respiração dele parecia tão relaxada que me acalmei

Fiquei ali respirando o cheiro dele, encolhida em seu peito, viajando profundamente na maionese, até também.

***

Era impressionante como ele conseguia me fazer confiar nele... Não sabia se era pelo nível de intimidade que eu tinha com ele,  mas antes de ele aparecer com seu jeitinho de moleque... Até mesmo um abraço era doloroso para mim. Como se algo se quebrasse dentro de mim cada vez que alguém me tocava. Não era confortável, ainda não era... Mas de um certo modo, eu quase relaxava com ele. Não era o mesmo de abraçar, meu pai, ou o Du, mas, também não era tão irritante quanto antes.

Acordei por volta das 11, e nem acreditei quando vi as horas. Ele não estava no quarto, e me levantei para ir ao banheiro. Olhei para o lado da cama e minha mochila estava ali. A agarrei e entrei no banheiro,  escovei os dentes, penteei meu cabelo desgrenhado de tanto dormir, lavei o rosto e saí, voltando para o quarto.

Deixei minha mochila lá, e desci, nada dele na sala, mas encontrei a empregada na cozinha. Ela sorriu para mim, parecendo bem mais simpática que dá outra vez.

- Você é a Elise? – Ela me lançou um olhar terno.

- Sou. E você é a Fátima, né? - Léo sempre falava dela, mais precisamente da comida dela.

– Isso mesmo. Está com fome, querida?

- Não, obrigada. O Léo saiu? – Apesar de ela ser muito boazinha, eu não estava muito confortável ali sem ele.

- Não, ele está na piscina. – Ela deu uma piscadinha para mim.

- Hum... Posso esperar aqui? Essa casa é muito grande...

Ela riu. – Vai lá atrás dele. – Me encorajou.

Pensei um pouco, eu não queria ir até lá, mas, por fim, saí para ir até o rancho da famigerada festa.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora