Jantamos e ficamos conversando ali, o restaurante se esvaziava devagar, enquanto ainda batíamos papo, eu tinha sentido falta daquilo.
Senti uma batida nas costas, e me virei, para ver o Tales me olhando com seus olhos cheios de lágrimas atrás de mim. Léo se arrumou do meu lado para olhá-lo também.
- Elise, posso falar com você? – Ele parecia estar bem perturbado.
Pensei um pouco, mas a possibilidade de ele falar asneira para mim era praticamente nula. Me apoiei no ombro do Léo, e me levantei, para ficar de frente para ele.
- O que você quer, Tales? – falei séria.
Ele baixou os olhos, e me abraçou, tão rápido que nem pude fazer nada. Fiquei parada, imóvel como uma estátua. Não dava para entender qual era a dele.
- Me desculpe por tudo, Elise, me perdoe. Eu sinto muito mesmo. – Ele chorava no meu pescoço.
- Tales. – Tentei afastá-lo. – Tudo bem...
-Elise me perdoe, mesmo. Eu não soube lidar com o que eu sentia por você. Eu só queria ficar com você, e... E você acabou com o Léo...
Léo se levantou, e parecia uma sombra pairando ao meu lado. Ele me segurou, afastando Tales de mim.
Apesar disso, Tales não se abalou, continuou me olhando daquele jeito que eu detestava. – Eu sinto muito pelo que aconteceu com seu irmão... Ele era um cara muito gente boa. Ainda bem que você tem o Léo agora. – Pude sentir a amargura dele enquanto falava.
Fiquei olhando sem entender nada. O que ele estava tentando dizer? Por que estava me pedindo perdão? Que se foda, já passou, já era... Para todos os efeitos eu estava começando agora. E o que veio antes não importava mais. E me lembrar da sensação maravilhosa de chutar o saco dele e quebrar seu nariz já era como se estivéssemos quites.
- Tales, esquece tá? Tá tudo certo, não importa mais...
- Ainda bem que você ficou com o lugar dele, Elise...
Me irritei olhando para ele. – Eu não fiquei com o lugar dele, Tales, ninguém nunca vai ocupar o lugar dele. Eu estou no meu lugar, e ele vai estar comigo, sempre.
Ele sorriu, limpando o rosto.
- Eu te desejo boa sorte. De verdade. Você é uma garota muito especial... – Ele olhou para o Léo. - Juro que não vou mais incomodar vocês...
- Que ótimo! – Léo resmungou.
Ele apertou os lábios, e se afastou de nós.
Léo me segurou pelos ombros, me olhando. – Você tá bem?
Assenti confusa. – Não entendi nada...
Ele me abraçou. – Ele estava tentando te dizer... Que te provocava porque gosta de você...
Léo pareceu sofrer me explicando aquilo. E não fazia o menor sentido.
- Claro que não, Léo. Esse cara é um babaca...
- Igual eu era. – Completou, tristemente.
Arregalei os olhos para ele. Podia fazer sentido nesse ângulo. Mas o que não fazia nenhum sentido era, esses dois... Esses dois caras estupidamente bonitos perderem seu tempo comigo.
- Nada a ver, Léo, cala a boca vai. – dei de ombros, e me sentei novamente.
- Acho que vou subir, tô pregado. Você vai fica aí mais um pouco? – Ele me olhou ainda em pé.
Fiquei na dúvida, e olhei para Gabi, eu ainda queria conversar um pouco mais com ela, queria mostrar as coisas, e os bastidores das corridas para ela.
- Tá, eu já vou subir, Léo. – Quase sussurrei.
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Elise (Repostando)
Roman pour AdolescentsRespondona, grossa, encrenqueira que não leva desaforo para casa, e com ótimo gosto musical. Elise é a faz tudo de uma equipe de Rally. Viajando com seu pai, seu irmão e os caras da equipe desde os 14 anos, ela foi obrigada á se encaixar nesse meio...