Léo
Entrei com tudo na emergência, buzinando e gritando por socorro. Desci do carro, e corri para dentro pedindo ajuda, assim que os enfermeiros saíram para me ajudar, corri de volta para ela, colocando minha camisa em seu pescoço outra vez, e apesar de eu não entender merda nenhuma disso, parecia que ela não estava mais respirando.
Eles a levaram e corri atrás, até onde me deixaram ir.
Eu só conseguia pensar que ela ia morrer. Ela até podia estar morta já. Quando vi o braço dela se soltar do pescoço, ela estava morrendo. Ela ia morrer por defender aquele carro medíocre. Ela ia morrer por causa de uma merda de carro! O que ela tinha na cabeça? O pai dela estava louco. Por que ela foi atrás dele?
Fiquei parado no meio do corredor, sem camisa, todo ensanguentado, com a cara toda estourada, e eu só conseguia pensar nela. Ela não podia morrer. Que merda eu era sem ela?
O segurança se aproximou, e pediu com a maior gentileza que conseguiu para que eu tirasse o carro, atravessado na emergência, aberto, e com todas as nossas coisas dentro.
Eu assenti, desolado. Fui até o carro, e antes que ficasse puto demais procurando um lugar para estacionar, enfiei no primeiro estacionamento que achei. E tentei da melhor forma explicar o sangue, tanto dentro, quanto na lateral dele. E o sangue dela em mim...
Por sorte o cara era gente boa, e deixou eu estacionar ali.
Corri de volta para a emergência, entrei, e outra vez não sabia o que fazer. Eu queria perguntar para alguém se ela estava viva. Mas eu não sabia se alguém ali saberia me responder.
Me agachei em um canto ali, sentindo meu olho começar a fechar, inchando por causa dos socos daquele filho da puta. E minha boca ainda tinha gosto de sangue.
- Ei rapaz. - Uma senhora se curvou para me chamar, levantei a cabeça olhando para ela. - Estão cuidado da sua namorada... É sua namorada, né? - Ela sorriu, e eu assenti. - Venha, você precisa de uns curativos.
Eu pensei em um milhão de formas de recusar, mas eu poderia tirar informação dela.
Me levantei, e caminhei atrás dela.
Entramos em uma sala, e ela me indicou uma cadeira, me sentei contrariado. Ela colocou as luvas, e começou a limpar meu rosto, eu nem sentia dor, minha cabeça nem estava ali. Eu só conseguia pensar na minha gordinha, e na possibilidade de ela estar morta. E em como eu tinha deixado aquilo acontecer. Lembrando dela no chão, se contorcendo tentando buscar ar. Os olhos lutando para ficarem abertos, e o sangue... Muito sangue.
A mulher terminou de limpar meu rosto. - Pronto, toma. - Ela me entregou uma camiseta branca. - Veste isso, ou os seguranças vão tirar você daqui. E você tem que fazer a ficha dela.
Concordei, e ela me levou até um guichê, passei todos os dados que eu sabia da Elise, e contei o que tinha acontecido com ela. Depois ela me mandou esperar. Tudo naquela joça era esperar. Eu não estava mais me aguentando, precisava saber... Pelo menos que ela estava viva. Cacete, será que ninguém ali sabia dizer nada?
Me sentei, e alguns minutos depois, outra mulher se aproximou, e eu já estava estremecendo de raiva por ninguém me falar nada.
- Leonardo? - A mulher disse me encarando. E quando olhei para ela, ela pareceu levar um choque. - Ah Meu Deus... - sussurrou para si mesma, e aí reconheci a mulher. A lazarenta da mãe dela. Que merda, se ela estivesse viva, essa cara, seria a última que minha gordinha ia querer ver.
- Me disseram que havia uma Ana Elise Fabbri aqui... - Fechou os olhos. - É a nossa Elise?
- Minha Elise! - falei, irritado. Que filha da puta de mulher.
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Elise (Repostando)
Ficção AdolescenteRespondona, grossa, encrenqueira que não leva desaforo para casa, e com ótimo gosto musical. Elise é a faz tudo de uma equipe de Rally. Viajando com seu pai, seu irmão e os caras da equipe desde os 14 anos, ela foi obrigada á se encaixar nesse meio...