41 Chuveiro

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Encontramos os outros que já haviam se instalado, e Nildo já cuidava do Galak. Fomos para o hotel, e descemos para encontrar o resto da equipe. Infelizmente, planilha, só faltando uma hora para a prova, o que me deixava meio entediada.

Era uma prova bem simples, sem valer pontos, dois especiais no sábado, e dois no domingo. Dei graças a Deus por não cruzar com Tales.

Cheguei de mão dada com Léo para entrar no restaurante, e fui distraída com ele para a fila do bandejão. E alguém parou bem do meu lado, quase como uma sombra, enquanto Léo ainda se distraía olhando para a nossa mesa.

- Elise? – Sua voz era mansa, e baixa, me virei, e fiquei confusa na hora. - Sinto muito pelo seu irmão... – Ela falou com pesar nos olhos que pareceu verdadeiro.

O que essa garota queria comigo? Eu só conseguia me lembrar da última visão dela toda descabelada com o nariz sangrando.

- Obrigada. – respondi secamente, eu nem sabia o nome dela.

- Me perdoe por aquele dia, eu fui uma idiota. – Sorriu constrangida, e Léo se virou para ela, ficando visivelmente irritado.

- Tudo bem, já passou, aquilo foi idiotice de nós duas. – tentei ser simpática.

- Que bom que está correndo agora. E fiquei sabendo do namoro de vocês também... – Ela riu olhando do Léo para mim. – Acho que estava mesmo na cara o lance de vocês...

Olhei para ele, me lembrando dele me defendendo naquele dia da briga. – Que bom que conseguiu arrumar seu nariz. – Sorri sem graça.

Ela riu. – Que bom que não deixei cicatrizes em você... - Suspirou - Bom, eu só queria mesmo te pedir desculpas, Elise...

- Está desculpada... Tá tudo certo, Diana. – finalmente me lembrei do nome dela.

- Boa prova para vocês amanhã. – Ela sorriu.

- Para você também! – Léo nos interrompeu puxando meu ombro para dar as costas para ela.

Fomos para a mesa,  me sentei de frente para ele, que não estava com uma cara muito boa, outra vez... E eu sabia porquê.

- Credo, você não consegue nem disfarçar, Léo...

- Ah, essa mina me irrita, Elise. - Ele deu de ombros, dando uma garfada na comida.

- Ela estava se desculpando... Até parece que ela arranhou a sua cara, e não a minha...

- Se fosse a minha, eu não tinha ficado tão puto...

E lá estava ele, o bebêzão, dando as caras outra vez. Sendo o infantil que eu conhecia bem.

- Mas foi por causa dela que a gente...

Ele revirou os olhos para mim e sorriu. Ele sabia que era verdade, que depois daquela briga ele começou a querer cuidar de mim, por um motivo que eu não faço ideia até hoje.

***

Terminamos de jantar, e voltamos para o hotel, dormimos bem rápido, o cansaço da noite anterior pegou pesado. Acordamos no sábado de manhã, peguei as planilhas com Blade, fizemos nossas considerações e rapidamente tomamos nosso lugar. Foi uma prova bem legal, subidas, decidas e pontos molhados, desafios a cada curva, mas estávamos bem preparados, e pela minha concepção, nosso tempo tinha sido ótimo.

***

Depois do almoço, corremos o segundo, que não foi tão bom quanto o de manhã, aparentemente o Galak saiu com a calibragem errada. Mas ainda teríamos os dois especiais de domingo para compensar.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora