37 Discussão

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Na quinta de manhã, peguei minha mochila, as camisetas da equipe, o meu macacão, coturno para o show, calça jeans, camiseta do Iron é claro, e no bolso mais escondido da mochila o vestido, ainda tinha uma remota chance de eu usá-lo. E levei também a blusa de renda da filha da Fatinha para devolver. Tomei um banho, vesti a bermuda minha/do meu tio, uma camiseta, e meu all star surrado.

Depois do almoço me sentei na calçada para esperá-lo. E assim que me sentei, Lucas botou a cara na janela, sorriu e saiu para se juntar a mim.

- E aí, Elise. Tá sumida daqui hein? – Me cumprimentou com nosso toque costumeiro.

- Pois é, voltei a viajar com a equipe. – sussurrei.

- Com a equipe, ou com aquele cara? O Léo? – Ele riu maliciosamente.

- Os dois. – Admiti.

- E o seu pai?

Balancei a cabeça negativamente – Tá lá, do mesmo jeito. Parece que tá vegetando. Ele nem sabe que estou navegando.

Ele arregalou os olhos. – Sério que você tá correndo?

Fiquei confusa com o espanto dele. – Claro, não entendi a surpresa.

- Ah véio, seu irmão...

- Meu irmão me incentivava. Ele deve tá orgulhoso de mim. Cê não viu o ranking de Pomerode?

Ele franziu a testa para mim. – Não Elise, nem sabia desse negócio.

Eu ri. – Se não tá acreditando, olha lá no site, ganhamos a categoria, e ficamos em terceiro no geral. Tá bom, ou quer mais? – Me gabei.

Ele revirou os olhos. – Agora sim você vai ficar insuportável.

- Claro que não. – dei um soquinho no braço dele. – Ainda sou eu, só com um pequeno upgrade.

- Hum... – Fez careta para mim.

- E a fulana aí... A sua namorada? – provoquei.

- Tá muito bem, a fulana, para a sua informação. – falou ironicamente.

Eu ri. – De boa, a Milena. Eu me lembrei, viu?

- Nossa, você é uma tonta, Elise.

- Você também... Por que tá tão ofendidinho? Cê vai casar por acaso?

- Por que não? A gente namora para casar, não é? – disse ele confuso.

- Não sei, nem penso nisso não. Cê sabe que eu não curto esse negócio de exposição e o escambal...

Ele assentiu. - Mas sei lá, pelo show da aliança de namoro... Acho que teu namorado curte.

Fiz careta para ele. – Cala a boca!

- A Elise, ele é velho já né... Acho que ele quer pegar você para terminar de criar... – Tirou sarro da minha cara.

- Vou te mostrar quem vai me criar! – Arranquei o tênis e ele se levantou correndo.

Saí correndo atrás dele de meia pela rua, brincando de tiro de tênis ao alvo nele. Dois pirralhos idiotas correndo pela rua que nem dois retardados completos. Acertei um tênis bem no meio das costas dele, e ele saiu correndo com meu tênis na mão.

- Me devolve, idiota! – gritei rindo.

- Vem pegar! – gritou do outro lado da rua.

Arranquei as meias, joguei em cima da minha mochila, e parti para a corrida atrás dele. Eu o alcancei, o derrubei no chão e enfiei meu tênis no nariz dele.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora