29 Primeiro treino

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Na semana seguinte, Léo apareceu com Fábio bem cedo no sábado, ele não iria para a corrida, mas topou me dar umas dicas de navegação, seguimos para a trilha, com Fábio nos seguindo em seu UP.

Paramos na entrada de uma estrada estreita, Léo desceu do Galak, e Fábio tomou seu lugar, ele começou a me explicar os comandos, e a ajustar todos os aparelhos. A trilha demarcada, voltava exatamente para o mesmo ponto. A prática era como sempre, muito mais excitante que a teoria.

- Vamos fazer uma simulação, tá? Vou ficar aqui, e esse vai ser nosso ponto, seu tempo tem que bater com o meu.

Assenti meio trêmula, ele desceu, e deu a volta até a minha porta enquanto Léo voltava sorridente para o banco ao meu lado.

- Beleza, Elise, vou te dar uma referência, isso você não vai ter na prova, é só para você saber. Eu fiz esse trecho com o Du, e batemos na casa dos quatro minutos. Faça melhor. – Ele sorriu,  e olhei para Léo, ele não pereceu impressionado, apenas sorriu dando de ombros, desdenhando do tempo.

Colocamos os capacetes, e testamos para ver se ele estava me ouvindo.

- Prepara, Léo. – Fábio disse disse calmamente, eu segurei o cronômetro e me virei para ele. – Elise. 3, 2, 1, vai!

Disparei o cronômetro e Léo saiu com tudo, passei as instruções para ele, seguindo a bela planilha que eu tinha, Léo estava alucinado correndo, e adorei cada segundo. A confiança que ele tinha em mim, me deixou tranquila, mesmo que eu nunca tivesse feito isso a sério, cada obstáculo que passávamos enquanto eu os antecipava me deixava mais segura. Era como ter alguém seguindo sua voz como com cordões de fios. E estava dando certo, segundo a segundo, eu via o caminho nos papéis e sentia no balanço do Galak.

Léo parou bem atrás do Up, e  parei o cronômetro em 3:17. Caramba. Nem dava pra acreditar.

Fábio voltou para minha janela sorrindo. – Belo tempo! E aí, como foi?

- Bem divertido. O que você achou, Léo? – perguntei com receio de ele não ter achado bom.

Ele tirou o capacete me encarando sério, cerrou os olhos para mim e balançou a cabeça negativamente. Quase levei um choque. Fiz cagada? Onde? Será que fui tão mal... Droga! Talvez... Talvez ainda desse tempo de treinar mais até a prova... Eu...

- Nossa... Ela mandou tão mal assim? – Fábio também ficou surpreso.

- Velho... - Léo suspirou. - Por que o Vini não se mandou antes? – riu.

Soltei o ar. – Ah... seu idiota! – Dei um tapa nele. – Já estava quase falando para o Fábio correr com você... Pela sua cara...

- Você tem uma mania bem irritante de sempre achar que fez cagada, né? – Ele riu. – Você não ouviu o cara falar que foi um bom tempo. Para de se derrotar assim, gordinha. Perdedor não corre comigo não.

Ergui a sobrancelha para ele. – Tá bom, senhor fodastico. O que você achou?

Ele se soltou do cinto e se virou para mim. – Com essa vozinha me guiando, nem preciso ver a pista... – se inclinou e me deu um beijo, ignorando totalmente a presença do Fábio.

Sorri me afastando dele.

- Ah... Que lindo casal feliz... – Fábio desdenhou. – Tô liberado? Odeio esse negócio de vela...

- Tá, véio, cê pegou aquelas planilhas com o Vini?

- Peguei, você vai querer?

Léo assentiu, enquanto mexia nos milhões de botões no meio do painel. Fábio foi até o UP, voltou com uma prancheta, e me entregou, fiquei analisando tudo aquilo rapidamente.

Elise (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora